Capítulo XV

751 118 21
                                    

ATE AMANHÃ ❤️🥰



Luiza POV

Os golfinhos nadavam à minha volta na laguna. Eles mergulhavam por baixo do meu corpo e submergiam do outro lado. Faziam os barulhos de guinchos mais engraçados e, quando eu falava
com eles, agiam como se me entendessem.

Valentina e eu gostávamos de agarrar as barbatanas dos golfinhos e ríamos quando nos deixavam montar neles. Eu era capaz de brincar com eles durante horas.

Valentina correu para a laguna — Lu,, adivinhe o que eu encontrei

O outro pé do tênis de dela chegou à costa e, como ela não precisava mais se preocupar em machucar os pés, passava horas na mata, procurando algo interessante. Até então, não encontrou
nada além de picadas de mosquitos, mas continuava procurando assim mesmo. Pelo menos tinha algo para se entreter.

— O que você encontrou? — perguntei, dando tapinhas em um dos golfinhos.

— Coloque seus tênis e venha ver.
Eu me despedi dos golfinhos, a segui até a cabana e coloquei os sapatos e as meias.

— Tudo bem, agora estou curiosa. O que foi?

— Uma caverna. Saí para pegar uma pilha de galhos e, quando a puxei, vi a abertura. Quero ver o que tem dentro.

Só levamos alguns minutos até chegarmos à caverna. Valentina  se ajoelhou na entrada e engatinhou para dentro.

— É mais estreito do que eu pensei — gritou ela — Deite no chão de barriga para baixo e se arraste. É apertado, mas tem espaço.

— De jeito nenhum — gritei de volta. — Não vou entrar nessa caverna nunca.

Meu coração bateu mais rápido, e comecei a suar só de pensar na possibilidade.

— Estou tentando ver alguma coisa, mas não consigo enxergar nada.

— Por que você quer fazer isso? E se encontrar uns ratos ou uma aranha enorme assustadora?

— O quê? Você acha que pode ter alguma aranha aqui?

— Não, deixa para lá.

— Não acho que tenha nada aqui além de pedras e galhos. Mas não tenho certeza.

— Se os galhos estiverem secos, traga para fora. Podemos colocar na pilha de lenha.

— Tudo bem.

Valentina engatinhou para fora da caverna e se levantou com algo que parecia uma tíbia, em uma mão, e algo que era decididamente um crânio, na outra. Ela largou os ossos rapidamente

— Puta merda!

— Ai, meu Deus — falei. — Não sei quem era, mas as coisas não acabaram bem para ele.

— Você acha que é a pessoa que construiu aquela choupana? — perguntou ela enquanto fitávamos o crânio.

Concordei com um aceno de cabeça.
— Seria o meu palpite.

Andamos até a nossa cabana e tiramos um pedaço de madeira incandescente do fogo para usar como tocha. Voltamos correndo para a caverna, e Valentina engatinhou para dentro, segurando a tocha na frente.

— Não se queime — gritei para ela

— Pode deixar.

— Você entrou?

— Entrei.

— O que está vendo?

— Definitivamente, é um esqueleto. Mas não tem mais nada aqui. — Ela saiu e me entregou a tocha. — Vou colocar os ossos de volta na caverna, com o resto.

Valu - Na ilhaWhere stories live. Discover now