Capítulo XI

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Luiza Pov

Valentina gritou meu nome. Eu estava sentada perto da cabana, olhando para o nada. Ela correu em minha direção, arrastando uma mala.

— Lu, é sua?
Eu me levantei e voei para encontrá-la no meio do caminho.

— É!

Por favor, permita que seja a mala certa.

Eu me joguei na areia em frente à mala e puxei o zíper, a abrir completamente e sorri. Empurrei as roupas molhadas e procurei pelas joias. Encontrei a sacola Ziploc, abri-a e espalhei tudo. Escolhendo com cuidado, meus dedos se fecharam em volta de um brinco pendente, que levantei radiante para Valentina ver. Ela sorriu, estudando o arame em curva usado para pendurar o brinco na orelha.

— Vai dar um excelente anzol, Lu

Tirei tudo da mala, escova de dentes e dois tubos de pasta de dentes normal, além de um tubo de pasta branqueadora, quatro sabonetes, dois vidros de sabonete líquido, xampu e condicionador, hidratante, creme e aparelho de barbear, além de dois pacotes de lâminas. Três desodorantes — dois em barra e um em gel — óleo de bebê e bolas de algodão para tirar a maquiagem, protetor labial sabor cereja e — graças a Deus — duas caixas de absorvente interno. Esmalte de unha e removedor de esmalte, pinça, cotonetes, lenços de papel, um frasco de sabão para
lavar minha roupa de banho à mão e dois tubos de filtro solar fator de proteção 30. Valentina e eu já estávamos tão bronzeadas que não achei que o protetor solar fosse fazer alguma diferença.

— Uau! — exclamou ela quando terminei de colocar todos os artigos de higiene pessoal em ordem.

— A ilha para onde supostamente íamos não tinha drogaria — expliquei. — Verifiquei isso.

Também embalei um pente e uma escova, elásticos e pregadores de cabelo, um baralho, minha agenda e uma caneta, dois pares de óculos escuros — um modelo Ray-Ban de aviador e outro com uma enorme armação preta — e um chapéu de vaqueiro de palha que eu sempre usava na piscina.

Apanhei cada peça de roupa, torci todas para retirar o excesso de água e as espalhei na areia para secar. Quatro biquínis, calças compridas largas de algodão, shorts, alguns tops, camisetas e um vestido de verão. Um par de tênis e diversos pares de meias. Uma camiseta de um show da banda REO Speedwagon e uma camiseta cinza da Nike com uma pincelada vermelha e os dizeres “JUST DO IT” na frente. As duas eram de tamanho grande, e eu as usava para dormir.
Joguei minha roupa de baixo e o sutiã de volta na mala e a fechei. Eu ia tratar deles outra hora.

— Estamos com sorte de ser esta a mala que a maré trouxe.

— E a outra tinha o quê?

— Seus livros de estudos e os exercícios. — Eu havia preparado aulas, organizando toda a tarefa que Valentina teria que completar. Os romances que eu havia planejado ler durante o verão estavam
naquela mala também, e pensei, saudosa, em como eles teriam ajudado a passar o tempo.

Olhei para ela com uma expressão esperançosa. — Talvez consigamos encontrar a sua mala também.

— Sem chance. Meus pais levaram com eles. É por isso que eu carregava algumas roupas e minha escova de dentes na mochila. Minha mãe queria que eu carregasse alguma coisa no caso de o
avião atrasar e eu ter que passar a noite em algum lugar.

— Verdade?

— Verdade.

— Hum. Imagine.

* * *

Valu - Na ilhaWhere stories live. Discover now