CAPÍTULO V

712 112 9
                                    

MAIS UM HOJE 🥰 AGORA SIM ATE AMANHÃ

Luiza POV

Quando Valentina e eu acordamos, nós
duas estávamos enjoadas e com dor de cabeça. Comemos um pouco de fruta-pão, e achei que talvez vomitasse a minha, mas não vomitei.

Embora tivéssemos pouca energia, retornamos à praia e decidimos tentar fazer uma fogueira. Eu estava convencida de que um avião voaria acima de nós naquele dia e sabia que uma fogueira era nossa melhor chance de ter certeza de que nos veriam.

— Fizemos tudo errado ontem — disse Valentina— Fiquei pensando nisso a noite passada, antes de adormecer, e me lembrei de ter assistido a um programa de TV em que o cara tinha que fazer fogo. Ele girava o graveto em vez de esfregar um no outro. Tenho uma ideia. Vou ver se consigo achar o que eu preciso.

Enquanto ela não voltava, juntei qualquer coisa que pudesse ser inflamável para o caso de realmente conseguirmos produzir alguma chama. O ar estava tão úmido que a única coisa na ilha que estava seca era o interior da minha boca. Tudo o que eu pegava estava úmido, mas enfim
encontrei algumas folhas secas na parte de baixo de uma planta florida. Também puxei os bolsos da minha calça para fora e achei alguns fiapos, que adicionei à pilha na minha mão.

Valentina voltou com uma vareta e um pequeno pedaço de madeira.

— Você tem fiapos no bolso? — perguntei. Ela virou os bolsos para fora, encontrou alguns e me entregou.

— Obrigada.

Fiz um ninho com os fiapos e as folhas. Também juntei pequenos gravetos e fiz um montinho de folhas verdes e úmidas que poderíamos adicionar para fazer fumaça.

Valentina sentou-se e segurou a vareta na vertical, perpendicular ao pedaço de madeira sobre o qual a apoiava.

— O que você está fazendo? — perguntei.

— Estou tentando descobrir uma maneira de girar a vareta. — Ela pensou por um minuto — Acho que o cara usava uma corda. Queria não ter jogado meus sapatos fora, eu poderia usar os cadarços.

Ela girou o graveto com a mão, mas não conseguiu fazer isso rápido o suficiente para fazer a fricção. O suor escorria pelo seu rosto.

— Isso é impossível, porra — xingou, descansando por alguns minutos.

Com determinação renovada, usou as mãos e esfregou uma na outra com a vareta entre elas. O giro foi muito mais rápido, e logo ela encontrou um ritmo estável. Depois de vinte minutos, a vareta
girando produziu uma pequena porção de poeira preta no entalhe que ela havia feito no pedaço de madeira.

— Olhe para isso — disse Valentina quando uma pequena nuvem de fumaça surgiu.

Pouco depois, muito mais fumaça apareceu. O suor corria para dentro dos seus olhos, mas ela não parava de girar a vareta.

— Preciso do ninho.

Eu o coloquei do lado dela e prendi a respiração, observando enquanto ela soprava suavemente no entalhe da madeira. Ela usou a vareta para retirar a brasa vermelho-brilhante com cuidado e
transferi-la para a pilha de fiapos e folhas secas. Em seguida, levantou o ninho e o segurou na frente da boca, soprando delicadamente, e o ninho incandesceu nas suas mãos. Ela largou no chão.

— Meu Deus! — exclamei. — Você conseguiu.

Empilhamos pequenos materiais inflamáveis no topo. O fogo cresceu rapidamente e logo usamos os gravetos que eu havia juntado. Corremos para achar mais e estávamos correndo em direção ao fogo com os braços cheios quando o céu fechou e a tempestade caiu.

Valu - Na ilhaDonde viven las historias. Descúbrelo ahora