|CAPÍTULO- CATORZE |

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Depois de um dia cheio e conturbado, Sekane decidiu não ir para casa. Braúlio havia feito um convite, e como era sexta-feira, o amigo não hesitou em aceitar. Precisava colocar a cabeça no lugar, esvaziar a mente de tantos problemas. No bar, entre amigos e colegas do ofício, a conversa abordava vários assuntos. Um deles era o psicopata que andava à solta, após o incidente alguns dias atrás, onde um saco com restos mortais foi deixado na porta da residência dos pais da vítima, não houve mais dúvidas de que se tratava de um assassino em série.

Braúlio atualizou o amigo que ficou sem ir ao trabalho sobre o assunto. Isso mudava tudo, especialmente para o homem que estava sendo acusado de sequestros. Uma investigação foi aberta, e agora Sekane e seus colegas corriam contra o tempo para descobrir quem era o homem por trás dos crimes.

— Eu ainda não consigo acreditar que estamos lidando com um louco. — Comentou um dos colegas. — Em toda a minha vida, nunca ouvi falar de algo assim, parece coisa de filme ou série. — Concluiu, levando a garrafa de cerveja à boca.

Todos eles estavam sentados em volta de uma mesa, eram quatro ao todo, Sekane e Braúlio riram do comentário do amigo, ambos bebendo um pouco de suas cervejas. Braúlio então disse:

— É o Victor. — Ele afirmou, depositando a certeza na mesa, e comendo um pouco do petisco de chouriço e azeitonas. — Parece que estamos dentro de um filme, com um psicopata que só mata garotas de uma certa idade. Isso é claramente um enredo de filme.

— Que loucura, cara. — Apontou Sekane. — Mas falando sério, estamos lidando com um caso desafiador. Esse assassino é muito inteligente, para ter feito o que fez, e acredito que provavelmente ele quer dizer alguma coisa...

— E quer que a gente o pegue. — O outro colega, de olhos negros e pele escura, completou a frase. — Mas por quê?

— É isso que vamos descobrir. Franco — Respondeu Sekane, comendo de seu petisco.

— Eu ainda acho tudo isso muito estranho. — Afirmou Victor, olhando para cada um dos presentes. — Esse cara já vem fazendo isso há muito tempo, isso é um fato. Mas por que só agora ele quer que a gente o encontre? — Perguntou, e os outros três mantiveram-se em silêncio.

— Eu também não sei. Mas olha, de uma coisa eu tenho certeza, vou pegar mais algumas cervejas. — Braúlio se levantou e os outros concordaram.

O bar estava cheio, com alguns casais se beijando, outros na pista de dança e outros apenas curtindo a música alta. Sekane sentia-se observado, procurava por alguém que estivesse olhando para ele e, quando finalmente seus olhos encontraram o indivíduo, era uma mulher. Alta, com um vestido vermelho sexy que chamava bastante atenção. Ela o olhava com interesse e desejo, seus olhos verdes faiscando sob as luzes do bar. Sekane sabia que ela era bonita, mas sua mente, corpo e alma pertenciam a uma única mulher, Dandara Zaire, sua pequena rabugenta.

Os amigos notaram o olhar perdido de Sekane e viraram seus pescoços para ver o que ele olhava. Assim que viram a mulher, começaram a rir dele. Braúlio chegou com as bebidas e, ao ver para onde todos olhavam, disse:

— Ei, amigo, cuidado com os olhos.

— Cuidado? Cuidado com o quê? — Perguntou Sekane, desviando o olhar da mulher para Braúlio.

Os outros intensificaram ainda mais as gargalhadas, olhando para Sekane, que mantinha uma expressão impassível.

— Ah, meu amigo...

— O quê? — Interrogou Sekane, sem entender. — O que há com vocês?

— Nada não, olhe a mulher pegando sua cerveja. — Comentou Braúlio.

— Vocês são uns babacas. Eu só tenho olhos para minha mulher. — Ele olhou no pulso para ver as horas e percebeu que já passava da meia-noite. — Mulher, eu preciso ir. Dandara me espera.

— Que isso, cara. Tome mais um pouco de sua cerveja. E olha, lá vem a bela mulher. — Comentou um dos amigos.

— Não, amigo, sinto muito. — Protestou Sekane, levantando-se. Ele suspirou e deu um sorriso amargo. Era cansativo, mas precisava ter paciência com ela. Sekane entendia o estado da esposa.

Ao despertar do sono, Sekane procurou o corpo da esposa na cama, mas ela não estava lá. Deduziu que ela estivesse na cozinha ou no banheiro. Ao levantar-se, sentiu sua cabeça girar e uma dor de cabeça imensa, gemendo por isso.

— Merda. — Maldisse, levantando-se da cama e indo ao banheiro. Após lavar o rosto e a cabeça, fez sua higiene pessoal e saiu à procura da esposa pela casa. Porém, ela não estava na sala nem na cozinha. Sekane tinha certeza de que, quando chegou na noite de sexta-feira, ela ainda estava na cama. Não se lembrava que horas chegou em casa, mas sabia que Dandara estava lá.

Então, decidiu ligar para ela para saber sua localização. Dandara atendeu no terceiro toque.

— Meu amor, onde você está? — Indagou ele preocupado.

— Estou na casa da minha mãe, vim tomar café da manhã com ela. — Respondeu Dandara casualmente, deixando Sekane triste com sua atitude. — Mas acho que chego aí na hora do almoço.

— Ah, tudo bem então.

— Ok, até logo. — Ela desligou antes que Sekane pudesse dizer mais alguma coisa.

Ele suspirou profundamente e deu um sorriso amargo. Era tão cansativo, mas precisava ter paciência com ela

Sekane entendia o estado da esposa, não era justo  com ele, ela fazia de tudo para magoá-lo.  Por mas que Dandara tivesse  passado por um momento difícil,  ele também passava, o bebé  não era só dela, ele também sente a dor da perda,  embora que fosse dizer e difícil para ela entender  isso. 

Contudo,  faria de tudo  para ajudar sua esposa a passar por isso. Se para que isso tivesse que sacrificar seus sentimentos  e esconder suas dores. Ele assim o faria, pois a ama.

Sekane,  tem a certeza que um dia sua mulher ira se recuperar e perceber  que só conseguirão passar eventos  como essess se estiverem juntos.  Como um casal.

Com esse pensamento,  Sekane,  decidiu surpreender a esposa com um almoço romântico,  ele saiu para  comprar as suas flores preferidas e fazer a melhor comida.  Sekane  organizou tudo  e limpou a casa com produtos de lavadas,  e depois tomou seu banho e vestiu a melher roupa. Não  podia negar que estava muito ansioso e nervoso, mas acredita de que ela ira gostar,  é nisso que ele prefere acreditar.

O Mascarado |Dark Romance |Where stories live. Discover now