CAPÍTULO- SEIS

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Com os olhos voltados para cima, Sekane suspira e de repente isso, duas vezes, quando volta os olhos para o cadáver, a sua frente sua bílis sub instantaneamente. Era a primeira vez que vi algo assim, uma morte tão bárbara e cruel. Logo que o corpo da jovem foi encontrado no grande lixão da cidade, a polícia foi logo acionada, concretamente a equipa dele foi averiguar a situação na cidade vizinha.

A perícia foi feita e com isso conseguiu identificar-se que se tratava de um jovem adolescente que havia sido sequestrado a alguns meses.

Envenenamentos como esses o deixam completamente imponente e frustrado. Não saber como reagir ou se está a fazer um bom trabalho é extremamente difícil. A culpa recai sob os seus ombros e a consciência pesa deixando-o mentalmente e fisicamente exausto.

- A culpa é vossa, os seus policiais de merda. VOCÊS MATARAM A MINHA FILHA. - A mulher chorava e berrava enraivecida.

A dor da perda da sua filha comoveu todos que ali estavam presentes. Os civis curiosos que não deixam nada oculto.

Sekane, olhou para a mulher contida pelos familiares que também soluçava com pena. Não saberia descrever o sentimento que ali pairava, todos estavam chocados,porém, essa não era uma situação que ele ou a sua equipa pudesse controlar. Ele com toda a certeza sentia e muito pela perda da família, porém sabia que a responsabilidade era totalmente deles.

Afinal foi feito um juramento, e neste protegem os cidadãos ruandeses acima de tudo. E ele que tem fracassado como agente.

- Vocês deviam ter vergonha. - Falou outro indivíduo. - Vocês não têm famílias? Mulheres, maridos, filhos, mãe, pai e irmãos? Como podemos confiar nossas vidas em vocês? - Indagou ela, chateada.

Todos ali, murmuravam concordado com ela. Os semblantes de tristeza demonstram claramente a decepção às autoridades locais.

Isso era o que Sekane, mais temia, ver a decepção dos níveis de Kigali. As suas forças e anos de trabalho não servem para nada.

Contudo, algo lhe diz que ainda não era a altura de desabar. E pela sua filha a caminho precisava de ser forte e leal a cidade.

- Senhores, entendamos a vossa angústia e preocupação, entretanto precisamos da ajuda de vocês para combater a criminalidade na cidade. As autoridades estão aí para ajudar, contudo, não basta só um fazer é necessário unir forças para acabar com isso. - Discursou, Sekane. Logo após respirar fundo, ele prosseguiu. - A morte dos seus filhos é a prova de que como não iremos a lugar nenhum, alguém já disse que nos polícias têm família e perguntou como podem confiar as vossas vidas a nós, mas será que esse trabalho é só o nosso? A responsabilidade de tudo é só a nossa? Agora eu pergunto a vocês? Onde estavam para isso acontecer?- A pergunta deixou o povo mudo, todos param de murmurar, pois ninguém tinha aquela resposta.

Sekane olhava para cada rosto aí e sentia como a dor deles.

- Eu acredito que o senhor esteja a justificar vossas irresponsabilidades. - Comentou, um homem de altura mediana. - São 9h30m da manhã, uma hora dessas cada um aqui deveria estar no seu trabalho, mas não. Estamos cá porque os senhores não sabem como realizar devidamente os seus trabalhos.

- Ok, ok. Já chega! - Se pronunciou outro agente.

- Braulio?

- Não o meu amigo. - Replicou, olhando para Sekane.

- Não, Braulio. -- Apelou, Sekane, já tendo o conhecimento da personalidade do colega e amigo.

- desculpe-me, amigo, mas já chega dessa palhaçada. Os senhores não têm ideia de quantos policiais morrem em confronto com marginais, não sabe também da dor ou angústia que cada mulher sente ao saber que o seu esposo não voltará para casa e que terá de criar os seus filhos sem o pai. Lamentos imenso, e gostaríamos de tirar a dor de cada um aqui presente, mas não podemos infelizmente. - Braúlio, deu uma pequena pausa, o povo prestava atenção nas suas falas e algumas sussurravam dando-lhe razão. - Vamos ler o corpo e fazer todos as análises possíveis e descobrir o assassinato. - Concluiu ele, e todos concordaram, no entanto, a família da jovem adolescente, ainda estava inconsolável e tudo que apelavam era justiça pela morte do membro.

O Mascarado |Dark Romance |Where stories live. Discover now