⚪ epilogue

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Jimin suspirou de alívio quando viu a última corrente firmar ao redor do corpo de Razhel, mas nem assim a inquietação que estava sentindo foi embora. Ele encarou os olhos vermelhos, notando que o demônio o encarava com um sorriso no rosto, como se eles estivessem fazendo exatamente o que ele queria.

Jimin desviou o olhar, os focando pela primeira vez na sala e no que tinha ao seu redor. No centro da sala, tinha um círculo desenhado com algo que parecia ser giz branco, mas que ele sabia que não poderia ser apagado facilmente como o giz. As inscrições dentro eram em enoquiano, a linguagem antiga dos anjos, e elas faziam parte do círculo, se moldando até que chegasse ao centro, onde uma única letra estava inscrita. Apesar de alguns escolhidos terem aprendido enoquiano, aquelas eram palavras que Jimin desconhecia.

E no centro de tudo tinha apenas uma cadeira de madeira, onde Razhel estava sentado, suas asas negras pareciam quebradas e arrastavam pelo chão por cima das costas da cadeira que ele estava sentado. Seu tórax estava descoberto e Jimin podia ver várias marcas negras marcando todo o seu tórax, braços e subindo por seu pescoço. Elas também estavam em enoquiano, mas pareciam nomes e nos lugares onde as correntes passavam, Jimin podia ver a pele parecia que estava queimando enquanto o padre Elias calmamente terminava de acorrentá-lo aos quatro cantos do quarto, para evitar que ele se mexesse, já que nenhum deles sabia ao certo a força do demônio.

— Armadilha do diabo, huh? — Razhel falou com um tom divertido, as unhas grandes dos pés dele batendo contra o chão — Vai me manter preso aqui, Jeon? O que aconteceu com o garoto que prometeu me matar a todo custo?

Jimin olhou para trás, vendo Jungkook fechar as mãos em punhos e rosnar, mas assim como o padre Elias tinha instruído, ele não pisou dentro do quarto que foi feito para manter demônios aprisionados. Namjoon estava ao seu lado, com uma expressão pensativa, mas não disse nada.

— E você padre, deveria ter vergonha do que está fazendo — Razhel disse, sem parecer estar realmente incomodada com o padre — Prender um anjo com correntes feita de armadura celestial é uma blasfémia.

— Você caiu — O padre Elias respondeu — Não é mais uma blasfêmia.

Aquilo pareceu divertir Razhel, que riu enquanto encarava o padre, mostrando suas presas pontudas. O que fez com que o sentimento de inquietação dentro do peito de Jimin se expandisse e ele respirou fundo, fechando os olhos por um momento para se controlar.

Razhel tinha os sentimentos mais estranhos que Jimin já tinha sentido. Ele tinha raiva e uma malícia que estava impregnada em sua alma que era quase negra, mas além disso Jimin podia sentir uma felicidade que não parecia pertencer a um demônio. Era quase como se fosse uma criança que estava diante do seu brinquedo favorito.

— Pronto.

O padre disse, se levantando e olhando para Jimin e Jungkook.

— Você já pode libertá-lo, Jimin — Jungkook falou com a voz baixa — Ele não vai conseguir fugir.

Jimin assentiu e olhou para Razhel novamente, notando o sorriso dele aumentar. O escolhido respirou fundo e estendeu a mão, tocando no braço do demônio, em um local que ele não estava amarrado. Seu toque era superficial, não querendo de fato tocar no demônio, mas sabia que precisava do contato direto para quebrar a ligação temporária que tinha feito entre os dois e fechou os olhos, se concentrando na alma negra de Razhel, procurando o único lugar que tinha um fio prateado que ligava os dois.

Depois que Hoseok tinha desbloqueado seus poderes, Jimin podia de fato ver a manifestação do seu poder, que eram como se fossem fios, cada cor diferente significando um propósito diferente.

Encontrando o fio de prata, ele partiu o fio e abriu os olhos, quebrando a ligação dos dois ao mesmo tempo que tirava a mão da pele do demônio como se estivesse pegando fogo.

When Night Comes ▪ Jikook [18+] [REVISÃO EM ANDAMENTO]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora