22. Aconchego

1.5K 161 204
                                    

"...E nessa noite, olha pro céu
O seu perfume tem sabor de mel
Não te trouxe flores, mas te trouxe dores
Eu te trouxe o Sol
Eu falei de cores, eu falei de amores
Baby, sem você, tudo tão sem sal..."
- Poesia acústica 6: Era Uma vez, Pineapple StormTV

- Domingo, 24 de Março de 2024, 01:34 da manhã.

Alane continuou deitada sobre o corpo da carioca, que respirava profundamente, como quem havia pegado no sono.

— Nanda, não dorme, a gente tem que voltar pro show. — A paraense avisou, acordando-a de seu cochilo.

— Não tô dormindo. — Ela retrucou, esfregando os olhos.

— Posso te perguntar uma coisa? — Lane tentou puxar um assunto. A outra morena assentiu com a cabeça.

— Naquele dia, na academia, quando você disse que eu estava "molinha". Era verdade ou foi da boca pra fora? Seja sincera. — A paraense jogou a bomba e um silêncio momentâneo se instalou no lugar.

— Lógico que não era verdade. Cê tava gostosa pra caralho malhando com aquele shortinho, só Deus sabe o quanto eu me controlei. Mas, obviamente, eu tive que manter minha postura de chateada. Não ia me entregar tão fácil! — Fernanda disse e arrancou uma risadinha da mais nova.

— Você é gostosa pra caralho, Alane. — Finalizou e a dançarina a olhou. Seus olhares se fixaram um no outro por um momento, até a mais velha decidir mudá-los para a boca da mulher.

— Irresistivelmente gostosa. — A carioca sussurrou e puxou o pescoço de Lane, aproximando mais seus rostos e lhe beijando. O beijo com sabor de desejo ainda estava presente.

Em um gesto rápido, ela apertou um dos seios da morena, recebendo como resposta um gemido entre o beijo. Gemido esse que fez Fernanda soltar um sorrisinho.

— Fernanda, peraí... — Alane tentava falar, sendo impedida pelas arfadas involuntárias que soltava na medida em que Nanda beijava seu pescoço.

— Eu ainda nem me recuperei de antes, tô sensível demais. — A paraense explicou, fazendo Bande parar os beijos e olhá-la.

— Porra Lane... — Fingiu estar magoada e fez um biquinho.

— Depois eu te recompenso. — A morena lhe deu alguns selinhos. — Vamos voltar, acho que estão sentindo nossa falta.

— Escroto isso aí, hein! — Nanda falou e sorriu, acompanhada pela outra morena que tentava se levantar. Tinha um certa dificuldade pois suas pernas não tinham voltado ao normal ainda.

— Agora que eu lembrei, e a minha bolsa?! Tu viu? — Questionou, enquanto abotoava seu blazer e buscava seus sapatos pelo chão da sala.

— Última cabine do banheiro, eu escondi lá. — Fernanda respondeu, vestindo novamente sua saia de couro e tentando ajeitar os fios rebeldes que denunciavam o que havia rolado entre as mulheres.

— Porra, por que tu colocou lá?!

— Era o único jeito de cê vir falar comigo. Se não fosse por isso, você não teria ido me perguntar se eu tinha visto e nós não teríamos feito o que fizemos. — Explicou rapidamente.

Flor do Cais • FerlaneWhere stories live. Discover now