Flor do Cais • Ferlane

5. Borboletas

" ...Amor, o mundo sempre foi tão cruel comigo
Pra mim é tão difícil ter que confiar..."
- Lágrimas, Baco Exu do Blue & Gal Costa.

- Quinta-feira, 8 de Fevereiro de 2024, 15:48 da tarde.

Ja haviam passado algumas horas e Alane ainda não tinha tido notícias da morena, porém, como Pitel disse que demoraria um pouco, a garota não ficou tão preocupada. Mas não significa que seus pensamentos não estavam nela.

– Que tal? – Anny fala, aparecendo na sala com um vestido cor vinho, salto branco e brincos perolados.

As garotas estavam se arrumando para a exposição de Matteus, namorado da mineira, que era um artista plástico renomado em todo Rio de Janeiro.

– Garota, eu acho que ele não vai se aguentar quando te ver com esse vestido viu... – Bia brincou, fazendo todas rirem.

– Minha vez! – Beatriz se levantou e foi em direção ao quarto de Alane, elas ainda estavam na casa da garota, tinham levado as roupas para se arrumarem e irem juntas de lá.

A paulista voltou um pouco depois, usando um conjunto composto por calça e cropped de manga longa, ambos feitos de paetê.

– Menina, é hoje que o salva-vidas perde o posto, o que vai chover de homem no teu pé é brincadeira! – Deniziane elogiou.

– É hoje que eu desencalho, meu povo! Esse é o Brasil do Brasil, ihaa! – Ela brincou.

– Tá linda mesmo, amiga. Vai chamar atenção de todo mundo! – Alane falou, soltando um sorrisinho amarelo.

– Ô Lane, o que foi amiga? Cê tava mó animada com essa exposição... – Bia se senta ao lado da amiga, Anny chega junto também.

– Ah, eu tô bem, só a cabeça que tá a mil com esse negócio de novas experiências com Fernanda, e também a mensagem que ela me mandou... Sei lá, tudo tá pipocando ai mesmo tempo, daí tem ainda esse negócio da aula de teatro que eu não faço a mínima ideia do que vou fazer. Muita coisa para pensar, sabe? – Ela explica, suspirando.

– Ai amiga, acho que você precisa dar uma relaxada... se tu quiser a gente pode ficar em casa hoje, beber umas... ficar de boa. – Anny tenta tranquilizar, fazendo a paraense negar na hora.

– Claro que não! O Matteus faz questão da tua presença, e tu conta com a gente, óbvio que vamos! – Alane se levanta e vai em direção ao quarto.

Beatriz e Diniziane estavam preocupadas com a amiga, elas sabiam como ela era, sempre muito intensa, sentia muito mais do que seu corpo poderia suportar.

Pouco tempo depois, a morena sai do quarto vestindo um blazer preto meio aberto, uma calça de alfaiataria, ambos com alguns brilhos, e um salto alto preto. Ela havia feito uma maquiagem noturna e colocado seus cabelos para trás com o gel. Estava o puro luxo.

– Ca ra lho! – Bia disse pausadamente enquanto a mais alta dava uma voltinha, deixando as duas boquiabertas.

– Amiga, se a Fernanda não quiser, eu to na fila viu! – Anny se abanou com a mão, brincando.

– Bestas! – Ela riu.

– Bom, vamos? Só começa 19h, mas eu tô afim de passar naquela confeitaria que fomos pra comprar um daqueles biscoitos. Pareciam saborosos. Aí você aproveita e vê a sua morena carioca! — A mineira brincou, vendo Lane a arremessar uma almofada.