12. Filme

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"...Filmei com os olhos quase todos os seus atos
E que um dia seu biquíni caia no chão do meu quarto..."
- Caipirinha de Limão, Clube Dezenove.

- Quarta-Feira, 13 de Fevereiro, 19:27 da noite.

Após passarem a tarde juntas se resolvendo e jogando conversa fora na cafeteria, as garotas decidiram andar pela orla da praia que, por conta do feriado estendido de carnaval, estava muito movimentada. Podia se observar pessoas de todos os tipos, de crianças à idosos, de indivíduos da alta sociedade à camelôs. Tudo. Uma mistura cultural.

— Tem planos para essa noite? — A carioca questionou, percebendo que a outra checava as notificações do celular a cada 5 minutos.

— Tenho não, tô esperando mensagem da Bia. Ela disse que voltaria hoje de viagem e até agora não me falou nada, estou preocupada... — Ela respondeu, olhando de novo a tela brilhosa do eletrônico.

— Sua preocupação é fofa, mas o Rio em clima de carnaval fica uma loucura, voo sempre atrasa, lota tudo. Relaxa um pouco, o dela deve ter atrasado também. É normal. — Fernanda tranquilizou Alane, que finalmente guardara o celular.

— Aqui é muito lindo... olha essas pessoas, essa energia, a maresia, tudo! Estou apaixonada por ti, RJ! — A mais nova exclamou enquanto dava uma rodopiada, arrancando sorrisos da mais velha.

— E eu tô apaixo... — Nanda fora interrompida pelo camelô, que parou as garotas para oferecer óculos de sol e capinhas a prova d'água.

— O que tu ia falar? — Lane indagou.

— Nada. Não é importante. — A outra morena sorriu.

— Enfim, tá de bobeira hoje a noite? Ou tem planos?

— O Nizam me chamou pra pegar um cineminha e dormir na casa dele depois, mas eu tô com uma preguiça do cão de ir. Acho que nem vou, então não, tenho planos não, por que?

— Toda quarta-feira eu e Pitel fazemos uma noite de filmes, mas hoje ela tem compromisso. Eu sei que é o mesmo convite do Nizam, mas se estiver afim de colar lá para a gente assistir alguma coisa e... sei lá, dar uma relaxada, quem sabe. — Fernanda a convidou, mesmo desajeitada e decepcionada porque o rapaz tinha sido mais rápido.

— Eu vou sim! Acho que eu só estou com preguiça de ter que lidar com ele mesmo. Ele é tão fofo que chega a ser chato. Não um chato insuportável, mas cansa. — Alane justificou.

— Combinado então! A gente só precisa passar no mercado antes, acho que a pipoca de acabou. — A carioca disse, respondendo uma mensagem em seu celular.

— Tranquilo! Ei... — A paraense parou de andar um pouco e se abaixou.

— Olhe, que gracinha! Você tá perdida, neném? — Lane segurava as patinhas de uma cachorrinha que a cheirava, sentindo o cheiro de Liz.

— Porra, Alane solta ela, vai pegar pulga! Se você ficar se coçando aí eu não vou nem chegar perto de tu, se liga! — Nanda advertiu.

— Maya! Vem aqui agora! — Uma morena do cabelão surgiu no meio das pessoas, segurando uma coleira rosa na mão.

— Lane? Pelo visto ela gostou de você. — Era a Giovanna, do teatro.

— Oie, Giovanna! É sua? Um amorzinho, que graça! — Ela se levantou para cumprimentar a mulher. Fernanda apenas observava.

— Oi! — Gio sorriu para a carioca.

— Opa! — Apertou a mão da mineira.

Flor do Cais • FerlaneOnde as histórias ganham vida. Descobre agora