18. Escolhas

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"...Deixa ir, que pra mim tá difícil ver
Você e eu já não pode ser
Não consigo querer quem me quer
E quer outro alguém..."
- Idiota raiz, Joyce Alane e João Gomes.

- Sexta-Feira, 22 de Fevereiro de 2024, 10:06 da manhã.

Finalmente um dia em que Alane acordara em paz e se sentindo bem com tudo. A "coisa" que ela tinha com Fernanda estava dando certo - na medida do possível -, suas aulas de teatro estavam maravilhosas e era uma aluna destaque com bastante potencial, sua casa finalmente ficou do jeitinho que queria, a vida da garota finalmente havia se estabilizado.

Enquanto a professora Taty passava o roteiro da primeira peça que fariam, Lane sentiu uma mão maior acariciar sua cintura por trás e assim que se virou, observou Nizam a olhando com um sorriso nos lábios.

— Eu adorei ir ao cinema contigo, mas preferia ter ficado a sós... — Ele cochichou no ouvido dela, a abraçando pelas costas.

A paraense estava confusa, não sabia se pedia para o homem se afastar ou apenas deixava ele ali, grudado nela.

Do outro lado da roda, Marcus, Giovanna e Yasmin a olhavam apreensivos, era notório que o árabe estava sendo inconveniente.

— Lane, vem aqui me ajudar com essa fala, vem. — Marcus chegou do lado da mulher, a puxando dos braços do rapaz que ficou com um ponto de interrogação estampado no rosto.

— Em que você precisa de ajuda, amigo? — Alane questionou, pegando o papel de sua mão.

— Não amiga, não preciso de ajuda. É que parecia que o Nizam estava te incomodando e aí eu e fui lá e te tirei das garras do dragão. — Ele explicou baixinho, para que somente ela conseguisse ouvir.

— Obrigada por isso Marcus, na verdade não estava incomodando, mas eu não queria mesmo ficar naquele grude todo. Valeu, amigo! — A garota o abraçou de lado como forma de agradecimento.

— Então, galera, vou precisar de um homem e uma mulher para fazer o Romeu e  a Julieta. Voluntários? — Tatiany falou e a sala ficou em silêncio.

— Eu e Alane podemos, né Lane? — Novamente Nizam abriu a boca para falar, e, como de costume, falou merda. A paraense ainda não se sentia pronta para interpretar uma peça, ainda mais uma que vai ser aberta ao público.

— Eu não tenho certeza... acho que não estou pron... — Ela foi interrompida pelo rapaz que praticamente implorou que ela fosse sua Julieta.

— Tá... pode ser. — Lane respondeu, meio arrependida de sua escolha. Seu maior erro era seguir o coração e não a razão.

— Ótimo! Grifem as falas dos dois que logo mais eu vos contatarei para realizar ensaios a parte por vocês serem os principais. Estão liberados galera, bom final de semana! — Taty finalizou e um burburinho se iniciou na sala, alguns foram embora e outros ficaram para comentar detalhes sobre seus papéis.

— Espero que não tenha problema... sabe, você ser a minha Julieta. — Nizam disse ao se aproximar de Alane.

— Claro que não, vai ser uma honra contracenar contigo! — Ela respondeu sorridente, enquanto arrumava suas coisas para ir embora.

Flor do Cais • FerlaneWhere stories live. Discover now