Flor do Cais • Ferlane

10. Laranja Ultraforte

"...Estou sentindo
A falta de você
Sonhando com seu beijo
Espero amanhecer
Tu levas as palavras
Soltas pelo ar..."
- Beija Flor, Johnny Hooker.

- Terça-Feira, 13 de Fevereiro, 20:05 da noite.

Depois do episódio acontecido na praia, a cabeça de Alane estava a mil. Ela não sabia o que pensar, só tinha a certeza de que havia usado as palavras erradas com Fernanda, não era aquilo que a garota queria ter dito.

— Eu amei hoje, muito obrigada! — Lane agradeceu o rapaz. Eles haviam finalizado o dia com um sorvete e Nizam tinha ido deixar ela em casa.

— Disponha, princesa. — Falou enquanto passava a mão no maxilar da morena, deixando um carinho ali.

— Mal posso esperar para te ver na próxima aula de teatro. — Ele disse e puxou levemente o rosto de Alane, selando seus lábios.

— Tá bom... Confesso, você me ganhou muito hoje. Eu amei a flor e os chocolates! — A paraense sorriu e sussurrou, olhando para a boca do homem.

— Viu? Pode confiar em mim... — Ele a beijou de novo.

— Eu confio. Boa noite, se cuide! — Lane depositou um beijo rápido em sua bochecha e saiu do carro.

Apesar de ter tido um dia excelente com Nizam, ela ainda estava pensando em Fernanda e na discussão que tiveram.

Se tinha uma coisa que Alane mais odiava no mundo todo, era ficar brigada com alguém que ela gostava. Até porque Fernanda era uma das primeiras amigas que havia feito na cidade.

— Oi meu amor! — A paraense se abaixou e encheu sua cachorrinha de beijos. Apesar do dia extenso, ela não estava nem um pouco cansada.

Depois do momento de afeto com Liz, Lane se levantou do chão e foi tomar um banho para renovar as energias e acalmar os nervos. Um banho bem quente, de preferência.

— Eu fui embora, meu amor chorou... — A morena cantava, acompanhando a música que tocava de sua playlist.

— Eu quero te namorar, amoooor! — Se empolgou, fazendo a escova de microfone.

Ela dançava e cantava com os olhos fechados, sentindo as gotas de água quente escorrendo pela pele. Uma de suas sensações preferidas.

— Yo quero te namorar amor! — A música acabou, junto com ela o banho de Lane também se finalizou.

A garota saiu do banheiro após pentear seus cabelos e vestir seu pijama. Como não estava com fome, decidira ler um pouco mais do livro, a história de Íris perseguindo Édra estava bastante interessante.

Enquanto isso, do outro lado de Niterói, uma outra morena lidava com a decepção da forma mais explosiva possível.

— Merda! Cu! Buceta! Vai se fuder! Porra! Caralho! Inferno! — Nanda gritava esses e vários outros xingamentos enquanto socava o saco de boxe em sua frente. Estava na academia do seu prédio desde a hora que chegara da praia com Pitel.

— Vai tomar no olho do seu cu! Sua vagabunda! Filha da puta! Escrota! — Os chutes e socos continuavam mesmo já estando exausta. Fernanda só pararia quando desmaiasse.