Como conquistar Mavie Hollis / Vol. 6

Capítulo 23: Eu estava tão ferrada.

Nick pareceu ficar tão assustado quanto eu com a chegada repentina de Nathan ali. Mas eram com certeza por motivos diferentes. Eu estava mais chocada pelo fato de ele ter me chamado de namorada, com um tom de voz tão confiante que minhas pernas quase viraram gelatina. Nick parecia assustado de verdade, porque Nathan estava o encarando com uma expressão mortal, além de ser visivelmente maior e mais forte.

—A gente só estava conversando. —Nick tentou se explicar rapidamente, tirando a mão do meu braço no mesmo instante, enquanto eu tropeçava para dentro dos braços de Nathan, quando ele envolveu minha cintura e me puxou para perto dele. E aquilo quase fez meu coração explodir em milhares de pedacinhos.

—Pode conversar sem tocar nela. —Nathan retrucou, agora parecendo mais tranquilo por eu estar grudada nele e bem longe de Nick.

—Relaxa um pouco, cara. Acho que está sendo um tanto possessivo. —Nick riu, em uma onda de coragem que me fez olhar pra ele com as sobrancelhas erguidas, porque ele estava dando em cima de mim segundos atrás.

—Talvez eu não seria, se você não a chamasse pra sair, mesmo sabendo que ela está comigo. —Nathan afirmou, fazendo os lábios de Nick se comprimirem, como se ele estivesse se segurando para não soltar algo que não deveria. —Você não estava ficando com a D'Angelo?

Uma pontada de pena tomou conta de mim, porque Nick se encolheu como se tivesse levado um soco no estômago, além de ficar com as bochechas vermelhas. Obviamente a líder de torcida tinha dado um pé na bunda dele, como normalmente fazia com a maioria dos caras que deixava de ser interessante pra ela.

Acho que foi por isso que ela ficou tão furiosa quando Briar começou a se envolver com a minha irmã. Heather é quem costuma ditar as coisas. É ela quem dispensa os caras e não o contrário. Mas Briar a tratou como se ela não tivesse nada de especial. Heather tinha sido a bruxa má da história da minha irmã e agora estava sendo a vilã da minha história também.

—Desculpa. —Nick murmurou, antes de desparecer tão rápido quanto havia surgido.

Me virei para Nathan, enquanto tentava dar algum espaço entre nós dois. Mas ele não soltou minha cintura, além de me encarar com a expressão mais inocente de todas, como se não tivesse acabado de parecer um namorado super ciumento. Não estou reclamando, porque tudo aquilo deixou meu coração um tanto mais balançado por ele. Mas eu não deixava de estar surpresa.

—Oi. —Sussurrou, agora com o tom de voz que sempre costumava usar. Calmo e suave. Uma risada brotou da minha garganta e eu precisei segura-la, porque tinha certeza de que seria uma risada totalmente histérica, porque eu ainda estava um pouco chocada.

—Obrigada. —Falei, antes de gesticular ao redor, tentando deixar claro que estava me referindo a cena anterior, sem precisar citar o nome de Nick, que saiu dali com o rabinho entre as pernas.

—Você estava com uma cara de quem queria dar um soco na cara dele. —Nathan murmurou, e dessa vez a risada simplesmente escapou pelos meus lábios.

—Bem, eu estava mesmo. Ele era um idiota. —Suspirei, balançando a cabeça negativamente. Deveria começar a dar mais ouvidos a Joe. Meu irmão já se provou ser muito sensato ao dizer qual dos meus encontros vai dar errado ou não.

—E estava dando em cima de você. —Nathan sussurrou, com um tom de voz um tanto amargo, como se isso realmente tivesse o incomodado. Olhei pra ele por um momento, o observando olhar ao redor, para as pessoas que pulavam na piscina. Não parecia irritado, então eu só podia estar me iludindo a toa com aquele pensamento.

—Você demorou pra chegar. —Falei, chamando a atenção de Nathan pra mim de novo, percebendo que ele não tinha qualquer pretenção de soltar minha cintura, porque sua mão continua a firme ali. —Tudo bem?

—Sim, eu acho que só demorei um pouco mais do que o normal pra me arrumar. Briar ficou até irritado comigo. —Nathan soltou uma risada baixa, enquanto eu erguia as sobrancelhas.

—Então alguém aqui se esforçou pra ficar mais bonito hoje. —Falei brincando, dando um tapinha no ombro de Nathan, vendo-o parecer um pouco tímido naquele momento, de um jeito super fofo.

E ele estava realmente bonito, mas não mais do que o normal. Ele sempre usava camisas nas festas, ou o moletom do time de hóquei. Hoje ele estava com uma camisa azul escura e uma calça que dava a impressão de que ele era ainda mais alto. Alguns botões da camisa estavam abertas no peito, deixando um pouco daquela pele negra exposta, além de o perfume estar grudando em mim, de uma forma que eu sabia que iria dormir pensando nele.

—Você está sempre bonita nas festas. —Nathan afirmou, como se esse fosse o motivo de ele ter se demorado se arrumando essa noite.

As palavras se embolaram na minha língua, enquanto o calor se espalhava pelo meu corpo em segundos, me deixando mais acesa que uma árvore de Natal. Eu costumava me demorar muito me arrumando quando tinha alguma festa, porque eu era vaidosa comigo mesma. Mas nunca imaginei que Nathan poderia citar algo desse tipo.

Isso me fez dar uma olhada para a roupa que eu tinha escolhido naquela noite. Uma saia preta e uma blusa verde de alcinha, que deixava meus ombros à mostra. Mas foi meu cabelo que roubou mais meu tempo. Tinha me demorado arrumando ele essa noite. Jas tinha feito tranças de um lado, enquanto eu optei por deixar o outro lado solto, cuidado para que os cachos ficassem macios e iluminados.

—Não que você não esteja bonita normalmente, é só que... você está sempre bonita, mas... —Nathan voltou a falar, se atrapalhando com as palavras, enquanto eu via o constrangimento subir para o rosto dele.

—Tudo bem, Nathan. Eu entendi o que você quis dizer. Obrigada pelo elogio. Você também está sempre muito bonito nas festas. —Falei, piscando pra ele, enquanto seus olhos se demoravam no meu rosto, como se ele tentasse captar minha sinceridade.

Aquilo me deixou sem jeito, e eu precisei desviar os olhos para encarar a festa que acontecia ao nosso redor. Nada daquilo parecia ser tão interessante quanto a presença de Nathan ao meu lado. Havia alguma coisa nele que parecia ganhar cada gota da minha atenção. Sempre achei que Nathan era alguém com uma presença marcante. Mas nunca pensei no quanto isso poderia me afetar, até me aproximar dele.

—Então agora eu sou sua namorada? —Questionei, sabendo que até minutos atrás aquilo era algo atribuído apenas para nossas visitas a avó dele. Mas agora Nathan tinha expandido aquilo pra festa. Não estávamos apenas saindo. Estávamos namorando. Teoricamente, é claro.

—É, agora você é minha namorada. —Concordou, é um arrepio percorreu todo meu corpo, porque Nathan falou como se realmente fosse verdade.

Puta merda, eu estava tão ferrada.

Continua...