Como conquistar Mavie Hollis / Vol. 6

Capítulo 46: Eu escolheria você.

Mavie Hollis

Os preparativos para a véspera de Natal sempre transformavam nossa casa em um caos completo. Mas esse ano estava pior, porque não iríamos passar o Natal em casa. Estava ansiosa pra ver a reação de Nathan quando descobrisse que iríamos passar o Natal todos juntos, com a sua avó. Eu tinha a sensação que ele ficaria tão sem graça, mas tão agradecido e feliz.

Tínhamos passado os últimos dias nos vendo muito pouco, porque ele estava ocupado ajudando a família de Briar com os preparativos pro Natal e eu estava ocupada ajudando a minha família. Quando percebi, o Natal estava batendo na nossa porta. Era uma correria para preparamos tudo, antes de sairmos para a casa de repouso onde a avó de Nathan morava. Ele ainda não fazia ideia disso. Achava que iria passar o Natal com a família Harding, como tinha sido os últimos anos.

Estrela do hóquei — Nathan está indo aí.
Ele não desconfiou de nada ainda.
Estava com uma expressão perdida.
Provavelmente porque queria estar com todo mundo ao mesmo tempo.

Abri um sorriso, encarando a torta de maçã que estava quase ficando pronta. Tinha certeza que não podia deixar de levar uma até a casa de repouso, já que era a favorita de Nathan. Mordi o lábio, sabendo que precisava me controlar quando ele chegasse, pra ele não notar minha ansiedade. Ainda estávamos no meio da manhã. Parecia que a noite ia levar séculos pra chegar.

Corri para fora da cozinha quando Nathan chegou, deixando meu pai de olho na torta. Se Nathan fosse até a cozinha e visse toda aquela bagunça, não iria demorar a notar que não iríamos passar o jantar de Natal em casa. Ele abriu um sorriso assim que encontrei ele no corredor, sempre com aquela expressão envergonhada de quem queria alguma coisa, mas não tinha coragem de pedir.

—Queria ver você antes do jantar. —Nathan abriu um sorriso quando o puxei para o meu quarto. —Desculpa não passar o Natal com você.

—Tudo bem. Eu disse que você podia passar com eles. A gente nem tá junto a tanto tempo assim, pra eu me sentir ofendida por você os escolher. —Falei, mesmo que o tempo não fosse uma questão importante ali. Eu poderia estar namorando Nathan a uma semana, mas os meus sentimentos por ele pareciam de séculos.

—Eu não estou os escolhendo. Você disse que eu deveria passar com eles. —Nathan me puxou para ele quando tentei me afastar. Os braços passando ao redor da minha cintura quando minhas costas tocaram o peito dele. Foi impossível não me arrepiar toda quando senti a respiração dele na minha garganta. —Eu escolheria você, sobre qualquer opção.

Soltei o ar com força, sentindo aquelas palavras deixarem meu coração quentinho, ao mesmo tempo que as borboletas dançavam no meu estômago. Nathan estava sempre me falando coisas que me deixavam completamente derretida. As vezes eu não conseguia nem respirar quando ele me encarava como se eu fosse a coisa mais preciosa da sua vida.

—Eu também o escolheria. —Me virei para Nathan, tocando o rosto dele com a mão. Foi impossível não sorrir quando ele inclinou mais o rosto, querendo mais do meu toque, e fechou os olhos. —Ainda vamos passar milhares de feriados como esse juntos.

—Estou desejando isso todos os dias, se quer saber. —Afirmou, e eu acabei soltando uma risada, porque só mesmo Nathan para me dizer algo como aquilo. —Não só feriados. Mas todos os dias.

—Todos os dias comigo? —Indaguei, sentindo minhas bochechas doerem de tanto que eu estava sorrindo, quando o vi balançar a cabeça positivamente. —Gosto da forma como você pensa.

—Eu trouxe o seu presente. —Nathan ergueu a sacolinha de papel que estava o tempo todo na sua mão. Já tinha a notado, mas estava a ignorando propositalmente. —Já que não vou estar aqui amanhã cedo, quando vocês os abrirem.

Ah, ele iria sim, mas eu não pretendia cortar a largada e contar pra ele agora. Mas Nathan iria dormir no meio da bagunça que era o meu quarto, porque eu não pretendia deixá-lo voltar pra casa depois da nossa surpresa pra ele mais tarde. Peguei a sacolinha das mãos dele, deixando-a sobre minha cama.

—Tenho um presente pra você também. Mas vou te entregar só amanhã. —Afirmei, me virando de volta para Nathan, vendo a curiosidade e a ansiedade brilhando nos olhos dele ao me ouvir dizer aquilo.

—Só amanhã? Você não pode me entregar agora, igual eu fiz? —Questionou, franzindo a testa com uma expressão tão perdida que chegava a ser fofo. —Eu não posso ver agora?

—E qual vai ser a graça se você abrir o presente agora e não amanhã cedo, como todo mundo? —Indaguei, vendo-o comprimir os lábios com uma expressão de derrota completa. —Ei, não fica assim, prometo que a espera vai valer a pena. É uma coisa que eu tenho a sensação que você vai amar mais do que qualquer outra coisa que eu possa te dar.

—Você está me deixando ansioso. —Nathan sussurrou, engolindo em seco, antes de se inclinar e me beijar, como se precisasse daquilo naquele momento, pra não ficar pensando no presente.

O beijei de volta, soltando um suspiro apaixonado, porque não me importaria de passar a noite toda o beijando se aquilo fosse o distrair. Eu sentia meu ego dando um gritinho de comemoração sempre que pensava no fato de que ele gostava de me beijar, quando não tinha gostado de beijar qualquer outra garota antes. Aquilo me fazia sentir tão especial.

Nathan soltou um som de irritação quando seu celular começou a tocar. Mas em vez de se afastar, aprofundou ainda mais o beijo, mergulhando a língua na minha boca, enquanto me apertava com tanta força contra ele que me deixou sem ar. Soltei uma risada com o desespero dele, antes de me incomodar com o toque do celular dele, que parecia não ter a intenção de parar.

—Só um minuto. —Sussurrou, antes de puxar o celular e me dar um selinho.

Observei ele atender o celular, com os olhos focados nos meus lábios, como se quisesse muito me beijar de novo. Me inclinei e beijei o queixo dele, vendo-o desviar os olhos de mim e afastar as mãos, enquanto a expressão desmoronava como se ele tivesse acabado de receber a pior notícia de todas.

Continua...