Extra: Mais que amigos...

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Vendo onde estou agora, eu e Mello, depois de passarmos por tanta coisa, passa um filme na minha cabeça

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Vendo onde estou agora, eu e Mello, depois de passarmos por tanta coisa, passa um filme na minha cabeça.

Me recordo do dia em que cheguei na Wammy's House.

Aquela mansão, enorme, aquele tanto de crianças, correndo, brincando, se divertindo do lado de fora.

Eu me lembro de sorrir com aquela visão. A possibilidade de fazer amigos, era mágica para mim.

Pela primeira vez, senti que poderia fazer parte de algum lugar. Mas isso estava mais ou menos correto.

De fato, fui bem acolhida por Roger que na ausência de Watari, ficou responsável pela gestão do orfanato de gênios.

Quando adentrei aqueles portões, me senti meio zonza, insegura. Roger sorriu e gentilmente apoiou uma de suas mãos em meus ombros, como forma de me tranquilizar, enquanto que com a outra, carregava minha pequena maleta.

— Fique tranquila. Logo terá muitos amigos aqui. — Caminhava comigo o acompanhando a passos modestos, rumo à entrada da Wammy's.

Aquelas crianças que corriam e brincavam, pararam de correr, jogar bola, para observar minha chegada.

Um deles, um garotinho de cabelos loiros, em um corte chanel, blusa de manga comprida preta e calças da mesma cor. Estava com uma bola de futebol apoiada debaixo de seu braço.

A marra estampada em sua cara. A tentativa de indiferença também.

Junto dele, um garotinho de cabelos castanhos, óculos, blusa vermelha com listras pretas, colete e um game boy nas mãos.

aposto que gosta de tecnologia” pensei ao vê-lo com um game boy nas mãos, jogando como um viciado. Deixei um sorriso tímido escapar.

Sempre fui de observar detalhes, e ler as pessoas, enquanto as olho.

Esse mesmo garotinho de óculos, mais conhecido como Matt, veio correndo em minha direção, enquanto Roger, me acompanhava para o interior do orfanato.

O caminho parecia longo diante de tantos olhares curiosos e cochichos!, em mim.

Matt puxou papo comigo, estendendo uma de suas mãos, e com a outra segurava o game boy, se apresentando empolgado, e logo perguntando meu nome. Ou melhor: meu codinome.

— S/c… — respondi, tímida, porém feliz por estar de frente a um novo amigo.

Roger sorriu ao ver a interação e a educação de Matt.

Matt se virou e apontou para o garotinho loiro, do qual ele estava ao lado quando cheguei.

— Aquele ser rabugento se chama Mello.

O tal Mello não esboçou reação alguma a não ser continuar nos encarando mortalmente.

Matt esperava que o mesmo acenasse ou viesse até nós, mas ele apenas bufou, jogando a bola de futebol de novo, no chão, e voltando a jogar, nos ignorando completamente.

— Não liga pra ele. Ele é até legal, eu juro. Com o tempo, ele será seu amigo também. — sorriu.

amigo também” pensei, sorrindo. Quer dizer que o pequeno Matt já me considerava sua nova amiga. E isso me fez feliz.

Matt estava certo. Eu e Mello nos tornamos amigos.

Principalmente depois de começar a sofrer (com o!) bullying pelo meu jeitinho; Reservado, pacífico e meigo. Tinha e tenho pavor de brigas, discussões. Me dá pânico.

Eu não entendia e nem entendo, como crianças podiam ser tão cruéis ao ponto de depreciar outras por satisfação. E apesar de Mello ser um valentão com todos, menos com Matt e comigo, ele fez o papel de herói ou vilão? por muitas vezes, ameaçando, xingando ou simplesmente dando cascudos. *Risos.*

É, seu jeito é irritantemente… fofo.” Ele me disse coçando a nuca. A última parte foi dita em baixo tom, envergonhado. Minhas bochechas coraram ferozmente.

O bullying acontecia, mas nunca era por falta de ensinamento de Roger e dos monitores da Wammy's, mas sim, por falta de aprendizado dos gênios.

Roger era rígido e totalmente contra esse tipo de comportamento “inaceitável", palavras que o mesmo usou por diversas vezes, em repreensões.

Era um orfanato. E havia crianças de todo tipo; rebeldes, quietas, gentis, grosseiras, boas e más. E Mello era um pouco de tudo isso, mas nunca foi mau comigo, nem com Matt. Mas ele tinha um lado obscuro, que usava frequentemente com quem ele julgasse merecer.

— Pela cara do Mello, parece que ele odeia todo mundo, não é? — Matt me disse, enquanto estávamos na sala de computação e tecnologia observando o loirinho rebelde, pela janela, jogar futebol. E jogar os garotos no chão.

— Sim… — respondi, ajustando meus grandes óculos de grau, desproporcional em meu pequeno rosto.

— É que ele odeia mesmo. — riu.

Não entendo como podem estar em um orfanato de gênios, se são todos burros! — esbravejava a mini bomba relógio de cabelinhos dourados.

Encarava de longe mais um dos pitis do rebelde sem causa.

Violento. Rebelde. Explosivo. Sincero e protetor.
Tudo na mesma proporção. Sem meio termo.

Mello é assim.

Um turbilhão de emoções.

Ele é a sua própria contradição.

Ele é a sua própria contradição

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Anjo Caído (Imagine Mello) +18Where stories live. Discover now