IMPACTO

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POR SAKURA HARUNO

"Odeio plantões noturnos".!

Ah... se eu pudesse trocaria todos eles novamente com a Ino, por seus plantões diurnos, só para não ter que estar, como agora, as três horas da madrugada, cuidando de jovens bêbados que saem das baladas tão alcoolizados, passando mal, que acabam terminando aqui, no hospital, e tirando minha tão precisa paz.

_ Aiii minha cabeça, como dói minha cabecinha - grita descontrolada uma jovem mulher de cabelos ruivos, enquanto segura a cabeça com as duas as mãos, como se a mesma estivesse prestes a se desprender do pescoço - Kureno, cadê você meu amor? Nãaaao ... eu não quero terminar nosso namoro... O que faço, se te amo tanto?

Ela chora descontroladamente, deixando um rastro preto em seu rosto, causado pelo lápis de olho, que borra ao entrar em contato com a enxurrada de lágrimas.

_ Senhorita, por favor, se acalme, e me diga, o que exatamente você está sentindo - diz Ino, com cara de poucos amigos, nada satisfeita por terem a despertado de seu descanso.

"Que plantão dos infernos"!

Fazia um bom tempo que eu não era obrigada a enfrentar uma calamidade tão grade como foi o dia de hoje. Minhas pernas doem, meus pobres pés latejam revoltosos pelas várias horas seguidas em que estou de pé, andando de um lado para o outro, cuidando de pacientes.

Desde que a Godaime Tsunade decidiu tirar férias, carregando a Shizune junto, que eu estou sendo torturada por ter que seguir sua agenda lotada de compromissos e afazeres, que a bonita decidiu abandonar para trás sem pensar duas vezes.

"Eu também preciso de férias, shanaro"!

Porque todo mundo tem o privilégio de tirar suas férias, mas eu não? E porque tenho que fazer o trabalho da Shishou, sendo que já estou sobrecarregada com as minhas próprias obrigações?

A resposta é simples.

Ela é a mestra, e eu a aluna. Em outras palavras, ela manda, e eu obedeço.

_ Testuda o que você está fazendo parada aí feito uma estátua, enquanto eu  estou aqui tomando banho de vômito de bêbados?

Saio das minhas lamentações, e encaro a Ino que está submersa em uma gosma verde, que pelo cheiro terrível, presumo ser vômito. Contorço a cara com nojo, e não deixo de dar uma boa gargalhada da situação desanimadora que a minha amiga se encontra.

_ Hahahahaha... Agora sim você realmente parece uma porca - falo entre gargalhadas, puxando outros colegas plantonistas que começam a gargalhar também.

_ Ah testuda, você me paga. Espera só eu me livrar dessa gosma fedorenta, que você vai me pagar com juros altíssimos por estar rindo da minha desgraça viu - ela reclama, enquanto tampa o nariz com os dedos, e faz cara de puro nojo.

_ Desculpe Ino, mas você está muito engraçada hahaha... Vá logo tomar um banho, porque seu cheiro está de matar hahaha - tiro sarro com a cara dela, e mesmo sabendo que qualquer um de nós estamos sujeitos a enfrentar a mesma situação, ainda assim, não posso perder essa oportunidade única de irritá-la. 

_ Eu vou mesmo... mas, agora, é você quem vai ter que cuidar da madame bebum aqui, hahaha.

Desfaço meu sorriso imediatamente, e o substituo por uma carapuça de poucos amigos, enquanto acompanho com os olhos, o trajeto que ela faz, até sumir do meu campo de visão.

Encaro a ruiva deitada na maca coberta por vômito, dou um longo suspiro, e me aproximo da mesma, mas, não sem antes tampar o nariz, pois, consigo enfrentar qualquer situação dentro desse hospital, não me importo com o cheiro de sangue, fezes, pus, ou coisas piores, porém, o odor de vômito acaba comigo, e me faz querer vomitar também.

AINDA HÁ ESPERANÇA PARA A FAMÍLIA UCHIHA?Where stories live. Discover now