Capitulo 81.

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Votem e comentem, conto com vocês!
Paola.👸🏽

Cara, eu pensei tanto, tanto... As palavras da Ellen ficaram ecoando pela minha cabeça durante um mês inteiro. Eu tentei ao máximo tirar isso da cabeça e seguir minha vida, mas não.

Eu sei que ela tá certa. Sei que já deveria ter contado tudo. Porém, eu não consigo. Tem algo que me trava, sabe? Muito mesmo! Pra contar, eu teria que ir lá, ver ele, ficar cara a cara e eu não estou preparada pra isso. Não mesmo.

Então eu decidi fazer algo que por mais que pareça loucura, pelo menos tiraria um pouco dessa culpa que eu estou sentindo, e que deixaria de fato a minha consciência limpa, sabeeee???? É isso...

Decidi fazer uma carta, e entregar pra alguém da família que fosse visitar. Pedir pra Suellen descobrir o dia de visita, e quem iria no próximo e ela disse que seria a Inara.

Fiquei meio assim né? Não estamos nos falando, isso a papo de um ano! Então, não sei como seria a reação dela, mas acho que se eu explicar direitinho, ela me ajuda. Então eu decidir ir.

Escrevi a carta, contando absolutamente tudo! Do início, ao fim. Incluindo os motivos por eu não ter ido visita-lo lá na cadeia. Só sei que no fim, a carta ficou com mais de cinco páginas e eu ainda o xinguei muito, pra não perder o costume.

Acordei as três da manhã, dei o leite do baby Valentin e arrumei minhas coisas pra ir. Não vou levá-lo, então ele vai ficar aqui com a minha mãe e a minha vó. Elas são acostumadas a cuidar dele, pois me ajudaram muito lá no hospital, então eu confio bastante nelas.

Coloquei um vestido, e sair só com o protetor de rosto mesmo pois sabia que o sol de Bangú era bastante forte kkkk... Aí, que ódio. Não acredito que tô fazendo isso.

Enfim, fiquei lá, parada na fila esperando a bonita, e nada. Procurei em tudo cara, sem neurose, e desgraçada não apareceu! Fiquei como? De cara quente... Não acredito que vim aqui atoa, na moral. Sendo que pô, a Ellen me confirmou que ela viria, cara.

Deixei meu babyboy pra nada? É isso??? Que ranço, cara. Na moral mesmo. Parece até que é um sinal de Deus pra eu não contar nada, papo reto.

Enfim, quando eu estava quase desistindo e indo pra casa, me aparece adivinha quem???? Sim, a Ágatha! Ou seja, ela que veio no lugar da Inara, por algum motivo que não sei, mas que acho que foi de última hora.

Ela não me viu logo de cara, mas quando viu, me encarou supresa e levantou o supercílio. Caminhei até ela, um pouco acanhada e nervosa. Até por causa de quê, faz um ano que não tenho contato com ninguém da família dele né? Então é de fato estranho pra mim tudo isso.

Ágatha: Ué, tá fazendo o que aqui? — me encarou, em tom de deboche.— Depois de um ano veio buscar o balde? Depois de abandonar o coitado aqui dentro?

Paola: Eu não abandonei ninguém!

Ágatha: Ah, não???? Então fazer o cara ser preso por ter ido te salvar, e depois disso não procurar saber se ele tá vivo ou morto, ou no mínimo vim visitar ele pra da uma explicação não é abandono?

Sentir um gosto amargo na boca, e meu coração acelerou na hora. Aquelas palavras ali para mim, soaram como um soco. Já imaginava que todo mundo pensasse que eu era a vilã, e me culpasse pela prisão dele. Mas não achei que ouvir isso da boca de alguém me faria tão mal.

Paola: Eu tive meus motivos.— falei, seca.— Mas não, não vim buscar o balde! Só quero que você entregue isso pra mim.

Tirei a carta da bolsa e direcionei até a mesma. Ela ficou imóvel, me encarando com um olha de deboche e os braços cruzados. Respirei fundo, queria falar, me justificar sobre tudo... Mas esse não era o momento. Meu foco era o Valentin, só isso.

Ágatha: Não vou entregar nada! Meu primo tá preso por sua culpa, escrota. Quero mais é que você se foda.— falou puta.— Você ainda tem a cara de pau de pedir isso... Ah, me poupe!

Paola: Cara, é algo sério! Eu sei que eu errei, assumo meus bô e queria muito te contar tudo, inclusive a minha versão mas isso não vai mudar nada agora. Sua opinião já está formada e não tem nada que eu diga que mudará isso. Eu entendo sua raiva, no seu lugar sentiria o mesmo, mas nem tudo é minha culpa e seu primo não é santo! — falei, encarando-a.— Isso não vem ao caso hoje! O que tá escrito aí, você vai saber quando ele ler mas não é uma declaração de amor. Só quero que você entregue, pra depois não falaram que eu não avisei, ou não contei. Só estou fazendo a minha parte!

Ela estava me encarando, com o mesmo semblante mas sem dizer uma palavra. Continuei com os braços estendidos e com muita esperança que ela aceitasse meu pedido sem muitas explicações, pois quem deveria saber primeiro é o pai, não uma tia maluca.

Ela pegou a carta da minha mão e saiu andando pra dentro do presídio. Eu respirei fundo, aliviada, já pensando no furacão que viria após essa carta mas sabendo que fiz a escolha certa para o Valentin. Afinal, ele merece saber que tem um pai, não é? Me sentiria muito mal de esconder ou omitir essa informação. Então fiz o que posso, pelo menos por enquanto.

Destino Implacável.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora