Início da queda de Beatrice?

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-Olha, vamos fazer assim, hoje a gente permanece aqui, pensamos melhor no que fazer e amanhã de manhã  a gente resolve alguma coisa, tá bem? - Ava pediu com calma.

-Nem fodendo! - Lilith foi contra.

-Já está tarde, Lilith. Não dá pra sair por aí feito uma justiceira. - Ava tentou argumentar.

Lilith sorriu provocativa. Parecia irreal que Ava não tivesse se dado conta de que estava naquela casa com três mulheres que as polícias de todo mundo fariam qualquer coisa para por as mãos.

-Você é idiota ou o quê? - Lilith não aguentou.

-Nós vamos fazer o que a Ava está propondo. - Beatrice afirmou, interrompendo as próximas frases que seriam ditas por Lilith.

-O quê? - Suzane questionou, incrédula. - É impossível, Beatrice. Eu não acredito nisso.

-Quer sabe? Fica aí com a sua namoradinha. Não conta comigo. Eu estou indo embora. -Lilith saiu em direção a porta. Estava com muita raiva para continuar ali, na presença de Beatrice, enquanto a via ser totalmente controlada pelas vontades de Ava.

-Beatrice, eu espero que você saiba exatamente o que está fazendo. Eu não posso continuar aqui, te ajudando, quando você parece que não pensa mais como deveria. Te desejo boa sorte, mas também preciso ir.

Suzane e Lilith deixaram a casa no meio do nada em que se encontravam há alguns dias, cuidando da segurança de Ava.

Muitos fatores contribuíram para que elas tomassem aquela decisão, entre eles, o fato do escritório de assassinos estar "abandonado" há algum tempo e elas precisarem dar vazão as demandas que já haviam assumido.

Com a saída das duas mulheres, Beatrice respirou fundo, suspirou e virou para Ava:

-Amanhã cedo sairemos daqui. Não tem a mínima condição de permanecermos nesse lugar. Aparentemente o JC está próximo e podemos ser localizadas com facilidade por qualquer falha. Sei que a Lilith não deixou pistas que o traga até a gente, mas nunca se sabe.

-O JC, por mais que esteja com raiva do que você fez e tenha tido contato com meu tio, que tenha feito coisas ruins, ele não seria capaz de me fazer mal. Não dessa forma que vocês fazem as pessoas.

-Ah! Nossa! Que bom, então. - Beatrice ficou visivelmente chateada com as palavras de Ava, porém, decidiu não retrucar. Pegou a toalha de banho que estava enganchada em uma janela e entrou no banheiro. Precisava tomar banho e deixar seu corpo mais relaxado com os últimos acontecimentos.

Ava ficou sentada, pensando em tudo que tinha visto e ouvido nos últimos dias e nas últimas horas. Por mais que tenha ouvido o que Lilith disse sobre JC ter colocado uma bomba no carro de Beatrice, ela não quis acreditar.

A mãe do Joaquim sabia onde Beatrice guardava seu celular, que estava desligado há alguns dias. Precisava saber. Precisava ouvir de JC o que ele estava fazendo e o que estava disposto a fazer.

Sem pensar nas consequências, Ava ligou para o número que tinha decorado enquanto era dona de uma floricultura. Do outro lado da linha, JC ficou admirado quando ouviu a voz de Ava e a reconheceu de imediato.

-Você me ligando, Ava?

-Eu preciso saber. Eu não acredito que você tenha sido capaz de colocar uma bomba no carro da Beatrice.

-Você não sabe o perigo que está correndo ao lado dessa mulher, Ava. Você precisa me dizer onde está. Eu posso ajudar você.

-Como, JC? Se você se aliou ao homem que quer me ver morta?

-Não é bem assim, Ava. Eu preciso te ver pra te explicar tudo que aconteceu. - JC estava falando com Ava, enquanto estava de olhos vidrados para Duretti, os dois vibrando por aquela ligação.

Duretti gesticulou para JC, o instruindo a continuar a conversa, no intuito de localizar o lugar de onde Ava falava. Só mais dois minutos seria o suficiente.

JC segurou Ava ao telefone, falando sobre como tinha conseguido escapar de Lilith horas atrás, após o episódio da bomba.

Quando ouviu o barulho do chuveiro acabar, Ava se apressou para desligar o telefone e se despedir de JC.

-Espera, Ava! Você sabe que eu te amo e faria de tudo pra ficar com você e te ver, bem, né? Em segurança! - JC queria segurar um pouco mais.

-Fica bem, JC. Espero que você desista de atentar contra a Bea. Não será bom pra nenhum de nós se você insistir nessa vingança.

Ava desligou o telefone e o guardou no mesmo lugar que tinha encontrado.

Alguns segundos depois, Beatrice saiu do banheiro, secando os cabelos com a toalha e olhando para cima do armário, onde estava a caixa que o celular se encontrava, notando que não estava do jeito que tinha deixado.

-Você mexeu no celular? - Beatrice perguntou, olhando fixamente nos olhos de Ava.

-Eu ia mexer, mas desisti.

-Quer bom que desistiu. Nós não podemos vacilar, Ava. - Beatrice colocou a toalha na janela novamente e se apressou em abrir a geladeira. - Vou fazer algo pra gente comer. Precisamos dormir cedo pra sairmos amanhã assim que o sol nascer.

-Tudo bem. Eu vou tomar banho. - Foi a vez de Ava entrar no banheiro.

Beatrice preparou uma sopa asiática, finalizando o preparado com ovo de gema mole, colocando nas tigelas os pares de hashi.

-Espero que você goste. - Entregou a tigela nas mãos de Ava.

-Está com uma cara ótima. De onde é exatamente esse prato? - Perguntou Ava, curiosa.

-Esse é tradicional do Japão. - Beatrice respondeu animada. - Só não está melhor porque precisaria de um tempo maior de cozimento, mas não temos esse tempo.

Alguns minutos depois, Ava lavava a louça que tinha sido suja, enquanto Beatrice estava deitada no sofá, lendo um pequeno livro de bolso.

-Acabei. - Ava se aproximou. - O que você está lendo?

-Um livro de ficção científica. Gosto desse gênero. - Beatrice se arrumou no sofá.

-O clima aqui é muito bom. Queria muito poder viver em um lugar assim, junto do Joaquim.

-Vocês vão poder. Em breve! Tenho certeza que vai dar tudo certo. Já comuniquei a Suzane e Lilith que amanhã nós estaremos de volta aos Estados Unidos. Vamos resolver tudo isso de uma vez. Também já avisei ao seu pai.

-E depois que tudo for resolvido? E nós?

-Não existe nós, Ava. Não tem como existir. Tudo que eu quero é que você e o seu filho vivam em paz. Isso pra mim já é suficiente. Agora é melhor você ir para o quarto. Nós precisamos dormir. Já é noite.

Beatrice levantou do sofá, fechou as janelas e as cortinas, apagou as luzes de fora e abriu a porta do quarto, fazendo sinal para que Ava levantasse do sofá e entrasse no cômodo.

Ava assentiu com a cabeça, levantou e foi para a cama. Depois de todo estresse, só queria descansar, já que Beatrice tinha deixado bem claro que nada mais aconteceria entre as duas.

Algumas horas depois, Beatrice acordou assustada com o barulho de vidro quebrado, quando com reflexo da luz, viu uma "lata" rolando no chão e uma fumaça saindo do objeto.

Beatrice tentou levar as mãos ao rosto, para se proteger daquele ataque, mas foi absolutamente em vão. Em pouquíssimos segundos, a assassina mais talentosa daquela organização criminosa, estava desmaiada ao chão.

Avatrice - Assassina De Aluguel Where stories live. Discover now