O peão do Rei - VI

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Claro, eu estava coberto por regalias, coisas que nenhum outro réu teria e situações que nenhum outro réu viveria, mas eram por causa de Jungkook, por causa de toda a equipe, por causa do dinheiro e do poder.

Meu maior anseio era a minha liberdade, entretanto, existia uma parte inocente de mim que apenas queria que nada do que aconteceu tivesse acontecido.

Senti-me desatento, pensava em muitas coisas fora de mim, mas na verdade sou meu próprio centro, e somente a voz de Jungkook conseguiu me despertar: eram comandos cavos, estratégias explicadas, hipóteses, pensamentos que escaparam de sua genialidade.

Meu homem funcionava como um computador, meu gênio, meu salvador, meu ponto fraco, meu causador.

Dentro de minutos, o juiz e toda a equipe de defesa em apelação tomarão uma decisão: A continuidade do julgamento ou sua nulidade, abrindo espaço para uma nova investigação sobre novas evidências do posto Obama, da transversal, do sinal vermelho e do meu primeiro e único testemunho.

— Certo, muito bem... — Jungkook brandou para os demais, ocupado com alguns papéis. — Temos as fitas do posto de gasolina Obama, mas elas não chegarão a tempo, também não poderíamos fazer uma triagem adequada, então seguir em frente está nas mãos da defesa e, claro, nas mãos do juiz Kim Namjoon. — Jeon explicou com seriedade e clareza, e eu adorava ouvi-lo falando assim. — Portanto, preciso de um pouco de privacidade, toda a equipe deve se retirar, mas continuem desenvolvendo estratégias. Não importa se o sinal estava vermelho ou não, quero que haja saídas em todos os lados. — Sim, ele faria qualquer coisa por mim. — Por gentileza, me dêem um momento com o meu... — Pigarreou por escorregar em minha denominação. — Meu cliente.

Sem hesitação, suas ordens foram ouvidas com obediência cega e silente, respondidas pelos rostos sérios e cabeças balançando a seu serviço. Em segundos a sala estava vazia.

Senti a mão forte de Jungkook tocando meu ombro, massageando-o, quente e possante, e eu me sentia relaxado de imediato, meu corpo respondendo ao seu toque como se ele fosse o meu mestre.

— Jungkook...

Não importa onde eu esteja, com quem, o que estou fazendo ou em que situação encontro-me, ao lado dele o meu mundo era o nosso mundo e no nosso mundo estou seguro.

— Meu anjo. — Sua voz escapa em um sussurro, mas chega até mim como o som de um trovão. — Não tenho dúvidas sobre a minha estratégia, mas não posso avançar sem antes perguntar mais uma vez e obter a sua garantia: Podemos continuar? Não será fácil e não será convencional, mas nada é fácil ou convencional aqui, agimos por necessidade.

Minhas opções eram algo que eu não chamaria de "opções": seguir o plano do homem em quem mais confio no mundo, ou esperar a chegada das fitas, a triagem e a exibição. Não há opções, o que aceito está mais claro que o céu pela manhã.

— Sabe que tomei essa decisão faz tempo, não precisa hesitar em cada momento difícil — falei, calmo, embora escapasse um vacilar, que Jeon percebia. — Eu confio em você.

Colocar-me em risco era o plano de Jungkook, o risco seria nosso benefício, minha fragilidade salvaria-me. O assombro de Hoseok o levaria por uma vereda complicada, era isso que meu homem queria, levar seu irmão para um lugar de profunda incerteza. Um bom advogado deve ter autoconfiança, a falta dela significava nudez.

Seu toque cálido se estendeu um pouco mais, suave e deleitoso, e eu me remexi na cadeira, olhando para ele com as sobrancelhas franzidas e o rosto singelo, buscando alguma coisa nele.

Às vezes eu tinha medo que Jungkook me considerasse o provocador dessa situação, o culpado, alguém que o fez pecar, mas ele nunca o fez. Nunca.

— Não será fácil, mas faremos isso da melhor maneira possível. É melhor que esteja desconfortável em minhas mãos, do que nas mãos de outras pessoas. — Aveludado e protetor, ele acariciou minha bochecha, seu polegar quente.

INSACIÁVEL • jjk + pjmDonde viven las historias. Descúbrelo ahora