Capítulo 41

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Seis semanas depois...

Havia tido alta da ala hospitalar há algumas semanas, depois de passar longos dias em repouso absoluto e supervisão médica. Era de ordem absoluta que não me submetesse a estresse, e todos pareciam colaborar com isso, ainda assim insisti com Christopher para participar ativamente de meus compromissos Reais, especialmente aqueles que envolvessem o povo. Ele concordou. A dinâmica entre nós tem sido quase mecânica de minha parte, embora todos os dias ele deixe uma flor em minha porta, e mais recentemente, poemas de amor. Sim, isso toca meu coração, mas não há espaço nesse momento para pensar em nossa relação, se é que ainda pode haver alguma

Após atender aos súditos, tomo um copo d'água e vou retornar às minhas demais atividades, mas sou parada abruptamente quando alguém me puxa pelo braço:

Dul: Você outra vez? - falo entre dentes enquanto olho para ela do modo mais frio possível - Devo admitir que você é bem insistente. Não sei se por virtude ou burrice. Mas entrou aqui sem ser convidada.

Ingrid: No compromisso do povo de Christopher.

Dul: No NOSSO compromisso. Meu e dele. Aliás, é isso que te incomoda, não é, Ingrid? Que eu seja ESPOSA de Christopher, e a Rainha.

Ingrid: É a mim que ele ama.

Dul: Engraçado, não é o que ele me diz. - ele engole em seco. - Sou eu quem pode entrar pela porta da frente, é a mim que o povo adora. A você só resta a porta dos fundos.

Ingrid: Você já foi mais educada.

Dul: MAJESTADE. Para você, minha cara, é MAJESTADE. Eu nunca lhe dei permissão para outra forma de tratamento, e até onde sei Christopher quer te ver presa, assim como fez com seu irmão. - ela parece genuinamente aflita agora, chegando a olhar em volta. Mas então, seu sorriso maldoso e olhar ferino se espalham pelo rosto, assim que observa minha barriga.

Ingrid: Meus parabéns, Majestade. Vejo que espera uma criança. Espero que essa consiga nascer. - Agora sou eu quem se sente acuada. Minhas pernas tremem - E que fique viva. - Começo a suar frio, sinto minha cabeça latejar. - Talvez assim consiga fazer o mínimo e dar ao Rei o filho homem que ele tanto deseja. Não que eu ache que vá realmente conseguir.

Se meu coração não estivesse palpitando e minhas mãos geladas, teria lhe dado uma bofetada. Lágrimas começam a arder atrás dos meus olhos, mas não quero chorar na frente dessa mulher. A porta se abre atrás de mim:

Ucker: Dul eu est...Você! O que faz aqui? - ele pergunta para ela.

Ingrid: Vim te ver, meu amor. Sabe como o amo e faço tudo para te agradar. - ela passa por mim como se eu não existisse e vai em direção a ele. Me escoro numa mesa próxima. - Sei que ela tem a Coroa, mas quem tem seu amor sou eu. Diga à ela, meu amor.

Ucker: Está louca, Ingrid?

Ingrid: Nunca falei tão sério. - ela dá outro passo na direção dele, mas Christopher desvia, colocando-me parcialmente atrás dele, como se me defendesse.

Ucker: Então ouça, pois também eu estou falando sério: Amo Dulce e nunca vou deixar minha Rainha. Fui claro? - Meu coração bate tão rápido que todo meu corpo parece palpitar. Ela parece extremamente desconcertada

Ingrid: Não... não... não... você me ama... me ama.

Ucker: Cale-se! Cale a boca imediatamente! Você vai ser deportada para Oasis agora mesmo, porque nem minhas masmorras mofadas merecem alguém tão vil quanto você! - ela se descontrola.

Ingrid: NÃO! VOCÊ ME AMA! EU NUNCA VOU SAIR DA SUA VIDA! - Christopher anda até a porta, chamando os guardas.

Ucker: ESTA MULHER DEVE SER COLOCADA IMEDIATAMENTE NO AVIÃO E SER ESCOLTADA ATÉ OASIS AGORA MESMO! E ESTÁ PROIBIDA DE VOLTAR A NORTA POR QUALQUER FRONTEIRA DISPONÍVEL! - ele se volta para ela. - Só lhe desejo boa sorte, porque o Rei de Oasis não tem fama de ser muito piedoso com seus prisioneiros. LEVEM! - ela é arrastada aos berros para fora. Me sinto tão nervosa que minha visão se embaça.

Como DueleOnde as histórias ganham vida. Descobre agora