Capítulo 2

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P.O.V. Dulce

A viagem era longa. Após uma festa de despedida dada pela Realeza e seus nobres, me despedi da minha família e embarquei com Greco num avião rumo ao meu novo lar, Norta:

Greco: Você não consegue passar dez minutos sentada, Dulce? Não há nada para ver lá fora, apenas a escuridão do céu e as estrelas. E também não há nada para fazer aqui dentro. Tente dormir. - Era engraçado pensar em Greco como meu tutor nessa jornada, ele era mais novo que eu. Mas segundo os protocolos dos 13 Reinos, ele era meu irmão protetor e eu a donzela indefesa. Não deve ser fácil atravessar o mundo apenas para bancar minha babá, mas ele era o membro representante de Isla em nossa situação.

Explico: Os membros da realeza sênior, ou seja, aqueles mais próximos na linha de sucessão ao trono, não podem viajar juntos sem a permissão especial do monarca em exercício. Depois do meu pai viria Toryo, e depois dele, Atlas, já que eu sou mulher e não poderia assumir o trono, apenas ser Rainha consorte de um Rei. Greco é o último em nossa linha de sucessão, isso até que Toryo e Blair tenham seus filhos, então ele e Atlas ficarão ainda mais distantes. Não acho que ele se importe com isso, mas deve detestar o fato de ser o cara que ocupa sua posição nessa viagem.

Dul: Não consigo dormir. Estou nervosa. - Sua expressão se suaviza.

Greco: Imagino que seja difícil para você, deixar nossa casa para trás. - Então o brilho travesso atravessa seus olhos, e ele arremessa um travesseiro em mim. - Mas seja nervosa pra lá, estou tentando dormir, e já está difícil o bastante com a temperatura baixando a cada cinco minutos. - Ele olhou em volta, ajeitando seu cobertor. - Vá conversar com a Gyda, ela também parece sem sono. - Com um enorme bocejo, Greco fechou os olhos e dormiu.

Dul: Também não consegue dormir? - Perguntei, me aproximando de Gyda, minha dama de companhia. Ela tinha sido designada a mim há cinco anos, e não era muito mais velha que eu, com seus vinte e quatro anos. Uma verdadeira filha de Isla, de pele morena e cabelos escuros característicos. Era difícil morar em nosso Reino e não pegar um bronzeado, embora eu e meus irmãos destoássemos um pouco desse padrão.

Gyda: Ansiosa para conhecer nosso novo lar. - Podia imaginar o quão era difícil para Gyda também. Damas de companhia até podiam se casar e ter filhos, mas toda sua vida era dedicada à sua Rainha ou princesa, o que não deixava muito espaço para liberdade pessoal. Assim como eu, Gyda tinha deixado sua vida em Isla rumo ao desconhecido.

Dul: Sinto muito por te fazer deixar nosso Reino por minha causa.

Gyda: Não se preocupe com isso, princesa. Fui preparada para isso antes mesmo de sua Alteza ser prometida ao príncipe. Está ansiosa para conhecê-lo?

Dul: Vi algumas fotos dele na internet, mas você sabe como é difícil encontrar imagens de membros da realeza fora das redes oficiais, onde as fotos são ajustadas.

Gyda: Como ele é?

Dul: Alto, forte... bonito. Mas nada disso vai adiantar se for como alguns membros da nobreza que conheço.

Gyda: Arrogantes e frios?

Dul: É.

Gyda: Não se preocupe, princesa. Quer dizer, não precisa gostar dele para se casar com ele. Não precisam nem conversar. É só aparecer junto ao príncipe nos eventos reais. Já que tem que haver casamento, ao menos pode se confortar no fato de que é um partido bonito.

Dul: Sei disso. Mas acho que há uma parte de mim que gostaria de ter mais.

Gyda: Nunca se sabe. O futuro pode ser surpreendente.

Dul: Talvez. E você, Gyda? Já pensou em se casar?

Gyda: Na verdade, não. Fui treinada para servir, sua Alteza. Esse é meu maior propósito.

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