- Ah, é! - diz soltando uma risada e levantando.

- Tá levantando por quê? - pergunto.

- Vou te levar.

- Não, garoto, eu vou chamar um Uber -, falo, vendo-o ir em direção ao banheiro e resmungar algo que não consigo ouvir, mas fui completamente ignorada.

- Eu vou te levar, pô, e nem adianta negar.

...
________________

Depois de sair da casa de Lennon, ele me levou até meu destino para resolver algumas questões na rua. O dia avança e o sol começa a declinar quando finalmente chego em casa.

Assim que passo pela porta de casa, vejo ninguém na sala e me dirijo à cozinha, onde encontro Bruna concentrada no notebook.

- Oi, amiga. - Cumprimento Bruna com um beijo na bochecha, assustando-a.

Bruna olha para mim, franzindo o cenho, mas logo sorri.

- Nossa, amiga, que susto! Nem ouvi a porta abrindo.

- Eu percebi. Muito trabalho?

Bruna fecha o notebook e respira fundo.

- Tô naqueles dias em que parece que tem mais coisa para fazer do que tempo para fazer. E você, como foi lá na casa do Lennon?

- Foi tranquilo. Depois a gente fofoca melhor. Cadê a Maya?

- Tá deitada. Eu não mandei ela hoje pra escola porque você sabe que ela não tá muito bem.

- O que ela tá sentindo ao certo? Ontem cedo, ela só estava reclamando de dor de cabeça e bastante cansaço. Achei que o remédio que eu dei ia adiantar.

- Ela tá reclamando da mesma coisa. Mais cedo, fui lá no quarto dela dar mais um remédio, e ela já estava reclamando de enjoo.

- Será que isso é virose? Ela nunca foi de ter dor de cabeça assim frequentemente. Nessas últimas vezes, tá assim.

- Tem que ficar de olho nela agora, amiga. Esse tempo maluco também tá foda.

- Ela já comeu? - perguntei.

- Já, fiz uma sopa pra ela, mas ela mal comeu.

- Nossa, tadinha. A sua comida também é um negócio complicado... - dei risada, e ela mostrou o dedo.

- Minhas habilidades são outras. Pergunta pro teu primo.

- Ah, me poupe, garota - respondi, saindo da cozinha e me encaminhando para o corredor.

Ao entrar no quarto, vejo Maya deitada, com o olhar cansado e o rosto pálido. Me aproximo com cuidado.

- Oi, amor. Como você tá se sentindo?

Maya olha para mim, um sorriso fraco nos lábios.

- Oi, feia. Tô um pouquinho melhor, mas ainda sinto dor de cabeça e cansaço.

Sentando-me ao lado dela, acaricio seus cabelos.

- Tem certeza que é só isso? Talvez seja uma gripe e já passa, mas se não passar amanhã mesmo a gente vai no médico.

Maya suspira antes de responder.

- Só me sinto cansada e com dor, Ayana. Vai passar. Já não precisa envolver hospital. - resmungou. Nunca vi alguém que odeie tanto hospital quanto ela.

Seguro sua mão com carinho.

- Pra não precisar de hospital, você tem que comer, né? Se não, não vai ter jeito.

Velha infância | L7NNON Onde histórias criam vida. Descubra agora