Capítulo 3

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Alexandre acordou, preparou mochila e lancheira para o primeiro dia de aula de Inã. Os primeiros dias seriam de adaptação, ficariam apenas 2h na escola. Nero, iria aguardar no pátio próximo à igreja, caso o menino precisasse dele.

— Vamos filho, tá na hora. Papai já pegou a mochila e o lanche.

— Cadê o pesente que eu compei pa Gi? Cadê o chotoate papai?

— Tá na mochila, filhote. Vamos logo.

 
Ajustou o filho na cadeirinha e seguiram ao som de mundo bita, galinha pintadinha e todas as músicas infantis possíveis.

 Inã tinha adorado Giovanna, se sentiu protegido ao seu lado. Fez questão de pedir para o pai comprar um presente para a nova amiga. Em sua inocência, achava que ela era criança como ele.

~♥︎~

 Chegaram ao colégio um pouco antes da hora. Alexandre sentou em um dos banquinhos até dá o horário.

— Vai brincar filhão, olha o monte de amiguinho que tá correndo. — Apontava para as crianças, já ligadas no 220w, aquela hora da manhã.

— Quelo bincar com a Gi papai. Cadê ela? — Desde que conheceu a tal Gi, era Gi pra cá, Gi pra lá.  Salete ia morrer de ciúmes.

— Inã  ela não brinca mais filho, ela é uma menina grande já. Papai não sabe que horas ela vai chegar.

— Ela é minha amiguinha, tá bom? Ela binca sim. — dizia emburrado, com o bico maior do mundo.
 

 Faltava 5 minutos para bater o sinal, estava conversando com alguns pais ali presente. Apresentei Inã para as outras crianças, que já tinham um laço de amizade. Até que percebi ele correndo de braços abertos em direção a um carro que acabava de estacionar.

— Filho, volta aqui. Aí não pode, é perigoso — Gritei em vão.

Só percebi de quem se tratava quando vi meu menino agarrado as pernas dela.

Era ela, a razão da minha inquietação, dos meus pensamentos sujos, da minha autocondenação, era o pecado em forma de menina.

 Giovanna seguia em minha direção com Inã no colo, dando beijinhos em seu rosto.

— Bom dia! Sr... Desculpa, não lembro o seu nome. — dizia constrangida.

— Bom dia! É Alexandre.
Nada de Sr. que assim você me deixa mais velho. — Estava tenso diante dela e da morena ao seu lado.

— Papai me dá o pesente da Gi, pega pa eu — Pedia agitado.

Retirei a caixinha de Lindt da mochila e entreguei na mão dele. Meu filho, assim como eu, estava encantado por ela, mas obviamente por motivos diferentes.

— É pa vuxê Gi. Eu compei com papai.

— Obrigada, meu amor, não precisava. A Gi vai comer na hora do recreio tá bom? Agora dá um beijo que tá na hora da minha aula — apontava para a bochecha para que meu menino desse um beijo.

A garota de cabelo preto que estava ao seu lado, me analisava dos pés a cabeça e eu já estava constrangido.

— Campeão, você também, tá na hora de ir pra aula. Deixa as meninas ir para a sala delas. — Peguei sua mão para seguir em direção a anexo kids.

— Boa aula, gatinho — Ela soltava um beijo em nossa direção enquanto corria em direção ao anexo do ensino médio.

 
Entrei com Inã no anexo, em direção à sala do maternal 22M. A recomendação da escola, era que eu me despedisse de forma breve, com um abraço e fosse para o pátio aguardar por 2h até que pudesse buscá-lo.

Além Da CamaWhere stories live. Discover now