28 de março de 1990
Miller Medical Center - Los Angeles, Califórnia — EUAO meu segurança, o Sr. Willian, estava conversando com a recepcionista do maior e mais importante hospital da cidade da Califórnia, a fim de liberar a minha passagem.
Engoli em seco.
Fazia meses que não nos víamos.
Tia Rose me assegurou de que ela estava melhor nas últimas semanas e já estava até reclamando das coisas, como ela sempre fazia.
Essa espera estava para me deixar doida.
Comecei a batucar os dedos sobre a caixa branca de laço rosa.
— Srta. DiLaurenttis? — A recepcionista me olhou um tanto carinhosa. — Vamos? Eu a levarei até a ala rosa.
Dei um pulo do assento sentindo o meu coração disparar e comecei a segui-la em silêncio enquanto o Sr. Willian vinha atrás, ocupando metade do corredor.
A cada passo em que eu dava, conseguia sentir um arrepio diferente.
A cada corredor que virávamos aparentava estar com o ar mais pesado.
Caminhamos por mais ou menos dois minutos até chegarmos em duas grandes portas cor-de-rosa, a recepcionista me olhou novamente com um sorriso no rosto e as abriu para que eu passasse.
Respirei fundo e dei um passo adiante.
A ala mais parecia um grandioso quarto de hotel cinco estrelas, com variados tons de rosa. Mas todos os equipamentos brancos e luzes deixavam o ambiente um tanto desconfortante.
Havia uma mesa cheia de papéis, eu reconhecia aquela letra e aqueles desenhos. Clover nunca foi boa em desenhar, mas gostava de fazer rabiscos nas folhas quando estava entediada. — Ela fazia isso desde sempre!
— Ah! Você chegou. — Uma voz rouca e baixinha soou dentro daquele lugar.
Me virei em direção à cama. Tinha uma garota de cabelos loiros presos em um coque no alto da cabeça, seus olhos pareciam profundos e o rosto redondo estava mais fino do que o habitual.
— Achei que não fosse vir... — Sua voz saiu ainda mais baixa.
Sorri.
— Não seja tola! — A respondi indo em sua direção com pulinhos animados. — Por que há tantos fios ligados em você?
Clover deu de ombros e permaneceu em silêncio, ela não me encarava diretamente. Minha amiga estava triste, muito triste.
— Cloh? — A chamei.
Ela não me encarou.
Foi quando reparei na roupa que usava, era um pijama rosa de ursinhos.
— Feliz aniversário, Cloh. — A felicitei colocando o presente sobre a cama.
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Fantasmas Sobre Rodas
Teen FictionDurante a década de noventa, o destino de doze pessoas completamente diferentes se cruzam em território Norte Americano. Cada um com o seu propósito e estilo de vida, mas uma coisa é certa, todos eles amam carros antigos e velozes. Descobrimos que a...