14. Favor Pequeno

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10 de janeiro de 1995Residência de Theo Drakos, Manhattan – NY, EUA

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10 de janeiro de 1995
Residência de Theo Drakos, Manhattan – NY, EUA

Desde que eu entrei para este mundo de corridas ilegais e tive os primeiros contatos com o Manual das Corridas da Grécia, eu sabia que estava entrando uma espécie de caminho que Argos Drakos já havia trilhado um dia.

A minha aversão a este homem não era segredo. Todos que sabiam quem eu era, sabiam que eu e Argos erámos sinônimos de Guerra Fria.

Nas páginas do diário de capa azul escuro, havia uma lista de códigos universais que poderiam ser usados nos países que tivessem algum outro manual o representando, e havia o mesmo no manual da Itália.

Eu e Leonard já tínhamos comparado isso, portanto, em todos os outros, teriam também. — Era a nossa teoria.

Japão, Coreia, Inglaterra, Alemanha, Itália, Grécia, Estados Unidos, México e Brasil eram exemplo de lugares que poderíamos acionar os códigos. No diário de Leonard, explicava como chegar em uma sorveteria antiguíssima em San Gimignano. No da Grécia, dizia que devíamos ir para um restaurante próximo da Acrópole de Atenas.

Meu pai não só tinha sido uma lenda, como era o criador e o próprio GodFather. E agora, mesmo neste mundo, eu era somente uma sombra dele.

Minha mãe, pouco antes de eu começar a ser caçado no meu país natal, me deu a localização da Revolução da Cerveja, e foi assim que eu vim parar aqui.

— Você já fumou um monte de cigarros e não disse uma palavra desde que nos sentamos aqui fora. — Francesca resmungou se encolhendo dentro do casaco.

Era por volta das 23:00 e estávamos sentados na calçada em frente à minha casa, a temperatura estava negativa e ela tinha chegado há mais ou menos meia hora atrás.

Retirei mais um palito de cigarro do maço, acendi e entreguei para ela.

— Está descansada? — Perguntei.

— Sim. — Respondeu encarando a rua deserta. — Dormi e desfiz as malas durante a tarde.

Assenti devagar com a cabeça, olhando-a.

O meu passado com Francesa era longo.

— Para de me olhar assim. — Resmungou.

— Olhar como? — Perguntei me fazendo de desentendido.

— Como se quisesse arrancar alguma coisa de mim. — Respondeu. — Eu tive de sair do apartamento por conta de Leonard, não estava aguentando o barulho e a bagunça que ele estava fazendo na cozinha.

— E decidiu vir parar na minha casa? — Retruquei malicioso.

— Se quiser transar, avisa. — Ela falou revirou os olhos.
Traguei.

— Não transo mais com você. — Respondi achando graça.

Eu que não transo mais com você. — Murmurou.
Nós nos olhamos por alguns segundos.

Fantasmas Sobre RodasWhere stories live. Discover now