10. O Início do Templo de Hades

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08 de janeiro de 1995Brooklyn, Nova York – EUA

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08 de janeiro de 1995
Brooklyn, Nova York – EUA

Quanto estava a temperatura desta noite? Algo abaixo de zero, provavelmente. Me escorei no parapeito da sacada enquanto observava a enorme vidraça do quarto da minha nova vizinha. Meus pensamentos riram de mim, pois como ela ousava ter a audácia de fechar aquelas cortinas rasgadas? Ainda mais quando ela tinha sido presenteada pelo universo com uma magnifica, esplendida e bastante memorável visão minha com apenas uma toalha na cintura!?

Como? Por quê!?

Deplorável.

Essa sociedade está indo de mal à pior a cada ano que se passa.

Tomei o restante da bebida que estava dentro da xícara e neguei levemente com a cabeça enquanto pensava; se eu não tivesse que competir contra Poker daqui a pouco, a minha noite poderia ter um rumo bem mais agradável.
Eu poderia visitar a minha nova vizinha e quem sabe, tentar alguma amizade.

Rapidamente inventaria alguma desculpa e bateria em sua porta perguntando se ela teria um pouco de açúcar ou sal para me emprestar, e pensando melhor, talvez o sal fosse a melhor opção. Afinal de contas, ninguém nunca repara quando o sal está acabando para se comprar novamente.

Vestiria a minha calça moletom e quem sabe, calçaria as minhas pantufas do AC/DC para parecer engraçado e amigável. E antes de sair, perguntaria se ela conhecia os principais pontos turísticos de Nova York, se ela dissesse que sim, me disponibilizaria em levá-la para conhecer e, caso contrário, me respondendo que já conhecia e tinha apenas se mudado para uma casa melhor, eu diria "bem-vinda à vizinhança" e faria questão de acrescentar dizendo, de maneira engraçada e boba, que se ela precisasse de alguém para trocar uma lâmpada ou consertar algum cano, poderia me chamar.

Ou, talvez só devesse de parar de ler os romances que encontrava na residência de Leonard. Mas de qualquer maneira, a minha noite tranquila havia sido perturbada por Poker.

Respirei profundamente, sentindo o ar gelado adentrar mais uma vez em meus pulmões e segui para dentro do quarto, que por sinal estava tão frio quanto lá fora, pois eu tinha esquecido de ligar o aquecedor e fechar as portas que davam acesso à sacada antes de entrar para tomar banho.

Decidi deixar do jeito que estava.

Me aproximei da cômoda que ficava de frente para a minha cama e pousei a xícara sobre ela, aproveitando para pegar o diário azul escuro que estava na primeira gaveta.
As suas páginas já estavam com tantas anotações minhas e de Leonard, que agora ele estava quase duas vezes maior que a espessura habitual. Abri o fecho e folheei, até parar nas regras do modo Templo de Hades.

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