8. Bet Chip

335 46 122
                                    

08 de janeiro de 1995

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

08 de janeiro de 1995

Brooklyn, Nova York – EUA

— Seria interessante se alguém nos explicasse o que está acontecendo por aqui. — A voz de Rita soou, carregadíssima com sotaque mexicano.

Margarita Martínez era a minha mais nova sócia, e meu avô disse que eu podia contar com ela para o que precisasse. Coincidentemente, tínhamos alguns objetivos em comum e por sorte, nos demos muito bem.

Ela é sincera, direta e aparentemente, odeia enrolação. Já nos conhecíamos antes, porém, não possuíamos nenhum contato. A visão que eu tinha sobre ela, era a de uma pessoa que apreciava ter tudo sob controle. E isso automaticamente me fez lembrar do dia em que Agustín convidou amigos fora da lista de convidados da irmã e fizeram a maior bagunça na mesa de doces. Uma torre inteira de cupcakes foi ao chão em segundos.

Ou então, quando Arturo e Alejandro decidiram que era uma boa ideia fumar próximo demais das cortinas de seda chinesa e as fizeram pegar fogo durante a festa de 97 anos da matriarca da família López. Que ressalto, são parentes próximos dos Martínez.

Eram momentos memoráveis aqueles em que Margarita deixava toda a classe de lado e virava uma fera para cima das pessoas que bagunçavam os seus planos.

— Você tirou as palavras de minha boca! — A voz de Sherlock foi ouvida logo em seguida.

Respirei fundo e encarei os meus coturnos, era estranho eles serem pretos e não algum tom de rosa. Mas para fazer o que eu tinha de fazer, eu precisava fazer alguns sacrifícios para fazer aquilo dar certo.

Ergui a cabeça e entrei no galpão abandonado que ficava localizado próximo à Revolução da Cerveja, algumas esquinas do segundo ponto de encontro das corridas proibidas que ocorriam ali no Brooklyn. O som dos meus passos ecoava pelo local, o que foi o suficiente para que todos me encarassem.

— Boa noite.

Os saudei, deixando que o meu olhar recaísse de um por um. Aparentemente, Angel e Pietro pareciam ser os únicos que não estavam completamente perdidos ou confusos.

— Quem é você? E o que fizeram com a minha amiga? — A voz fina de Megan saiu escandalosamente engraçada. A loira sorriu ladino enquanto cruzava os braços em uma falsa indignação. — Faz tempos que não a vejo assim.

Concordei vagarosamente com a cabeça, colocando minhas mãos nos bolsos da jaqueta. A verdade era que nós duas estávamos vestidas bem diferentes do nosso cotidiano, com calças largas, blusas folgadas ou surradas e correntinhas penduradas na cintura.

— Acho que posso dizer o mesmo sobre você. — Falei.

Megan já estava em Nova York há mais ou menos uma semana. A loira tinha dado um jeitinho de vir para cá assim que eu liguei para ela pedindo sua ajuda durante o Ano Novo. Bem após conversar com Pietro e o atrapalhar em sua corrida contra seu irmão.

Fantasmas Sobre RodasWhere stories live. Discover now