Capítulo 30

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Isadora Fonseca Diniz.

17 de setembro — 07:57
Terça-feira.

    Terminei de passar a blusa do uniforme do Juan e deixei sobre o sofá, esses últimos dias tem sido cansativos. Ricardo apareceu nos rondando mais duas vezes desde as mensagens, uma das vezes no mercado e a outra perto do salão quando fui fazer minha unha.

   Meu psicológico está uma bomba, me sinto sobrecarregada com tudo, meu sono está leve e tudo me assusta, parece que a qualquer momento aquele homem vai tirar o Samuel de mim. Sem contar que me sinto culpada por todos estarem mudando suas vidas, suas rotinas apenas para ficar com a gente.

   Juan fica semana sim e semana não aqui em casa, e na semana que ele não pode ficar aqui eu vou para a casa dos meus tios. Enquanto o Juan trabalha tem dias que vou passar a tarde com a minha tia ou ela e minha avó vem para cá. Sinto que atrapalho eles, me sinto mal e não sei o que fazer para mudar isso.

— Amor, você viu minhas meias? Não estou achando nenhuma. — Juan apareceu na sala só de calça.

— Estão na corda, coloquei para lavar ontem quando você chegou do trabalho. — Ele agradeceu correndo até a porta. Neguei rindo.

   Peguei o pote no armário e comecei a montar a marmita do Juan, já fazia parte da minha rotina, me acostumei a fazer isso. Acordo sempre com ele quando o despertador toca, levantamos, eu passo o café e arrumo a mesa, passo a blusa dele do trabalho e monto a marmita. Deixei do lado da mochila dele e me sentei pegando um pedaço do bolo de milho que ele comprou ontem na padaria.

— Estou cheio de fome. — Juan voltou já com o tênis e se sentou ao meu lado.

— O café está pronto a um tempo, você não está atrasado?

— Um pouco. — Fez uma careta, colocando café em sua xícara. — Quer misto? — Neguei agradecendo enquanto ele fazia dois para ele. — Sua tia vai vir hoje?

— Vai, ela já está acordada na verdade, disse que só vai esperar meu tio sair para o trabalho para vir. — Ele concordou. 

   Juan fez os mistos dele e comeu rápido, eu fiquei achando graça das expressões que ele fazia enquanto me perturbava.

— Vai terminar de se arrumar...Juan! — Gargalhei quando o mesmo começou a distribuir beijos belo meu corpo. — Você vai se atrasar, precisa sair de casa.

— Não quero. — Resmungou me apertando em seus braços. — Vou ficar com vocês, de preguiça na cama. — Esfregou a barba no meu pescoço, me arrepiei prendendo um sorriso.

— Amanhã é a sua folga, vamos ter tempo o suficiente para fazer isso. — Segurei o seu rosto com as mãos, deixando beijos curtos em sua boca. — Vai lá. — Me separei do mesmo.

   Juan sorriu indo até o banheiro e não demorou muito para ele voltar, entreguei a camisa para o mesmo que se vestiu, ajeitando a gola.

— Estou começando a ficar com ciúmes, essa camisa marca todo os seus músculos. — Fiz um bico, Juan riu passando os braços pela a minha cintura.

— Você sabe que só tenho olhos para você, princesa. — Me deu um cheiro. — Eu te amo, beleza? Pra caraca. — Olhou em meus olhos.

Amor que curaWhere stories live. Discover now