Capítulo 22

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Juan de Oliveira Cardoso.

24 de julho — 08:00
Segunda-feira.


  Penteei meu cabelo me encarando no espelho, estou nervoso pra caraca e a única coisa que é penso é se foi o certo ter saído da mecânica do seu Inácio. Sinto falta de lá todos os dias.

    Esses dias que fiquei em casa eu quase não parei resolvendo assuntos da empresa, conheci uma galera lá mas não troquei muito papo, estava corrido.

— Filho, você já tomou café? — Minha mãe apareceu na porta do banheiro, estava com o uniforme e uma caneca de café nas mãos.

— Já, mãe, acordei cedinho para não me atrasar. — Passei o perfume. — E aí? — Dei uma voltinha fazendo graça.

— Está lindo, meu amor. — Beijou meu rosto. — Esse tom de verde combina com você.

— Valeu, mãe. — Beijei seu rosto. — Cadê as meninas? — Perguntei voltando para sala, pegando as últimas coisas para pôr na mochila.

— Dormindo ainda, você já está indo?

— Já, vou chegar mais cedo para entender direitinho tudo. — Comecei a jogar as coisas na bolsa e sorri vendo o quadrado de papel rosa no fundo dela. Era um "desenho" que a Isadora fez com Samuca e me entregaram ontem quando eu estava lá.

— Temos uma surpresa para você, fecha os olhos e abre as mãos. — Tirei os olhos do celular, encarando os dois em minha frente. Isadora estava com o Samuel no colo e com uma das mãos para trás.

— O que é? — Sorri fazendo o que a mesma pediu. Senti ela colocar algo na minha mão e fiquei tentado em abrir logo.

— Calma...antes tenho que falar que não é para rir. — Sua voz tinha um tom de divertimento.

— Ok, não vou rir.

— Pode abrir então.

    Eu abrir meus olhos e encarei o papel quadrado em minhas mãos, era um daqueles blocos de notas que as gêmeas espalham pela casa com matéria. Tinha uns três bonecos de palitos desenhados, ambos tortos e vários rabiscos por cima, acredito que seja obra do Samuel já que suas mãozinhas estão sujas com a caneta. Automaticamente eu ri, Isadora jogou uma almofada em mim também não conseguindo se segurar.

— Eu disse para não rir, Juan! — Segurou um sorriso fingindo estar emburrada.

— Desculpa, princesa. — Os puxei para meus braços, Isadora não conseguiu segurar o sorriso. — Obrigado pelo presente. — Enchi os dois de beijos, Samuel sorriu se encolhendo.

— É nós três, fizemos para você lembrar da gente e não se sentir sozinho amanhã no trabalho, vai te dar sorte. — Ela contou me olhando. Eu sorri sentindo meu coração bater mais forte.

— Eu amei, baixinha, vou levar comigo amanhã. — Os beijei novamente.

    Terminei de organizar tudo e coloquei a marmita junto, peguei a mochila pondo nas costas e abracei minha mãe apertado.

— Eu amo a senhora, viu?

— Eu também te amo, meu amor. — Beijou meu rosto. — Vai com Deus, se permita conhecer gente nova, aproveita essa oportunidade e seja feliz, se não gostar, se vê que não é para você, não se preocupa conosco, pensa em você, combinado?

Amor que curaWhere stories live. Discover now