Capítulo 15

547 34 9
                                    

Isadora Fonseca Diniz

01 de julho — 09:13
Sábado.

   Amassei a banana com aveia para o Samuel, meu menino estava no meu pé, ansioso pela seu café da manhã. Hoje acordei atrasada, fiquei ontem até tarde na casa do Tutu e da Jana ajudando eles com as coisas de amanhã, a festa do Heitor.

   Esse homem não sossegou até chegar essa semana, passou praticamente dois meses inteiros falando sobre isso, toda hora me mostrava algo que queria colocar, o que não podia faltar, ontem terminamos os detalhes da decoração, vamos hoje comprar as últimas coisas que faltam de comida e bebida, e ir para o salão levar as decorações, mesas e o que der para adiantar para amanhã.

— Huum... — Senti as mãozinhas do Samuel baterem na minha perna.

— Já estou indo, meu amor. — Terminei de mexer a papinha e o trouxe até a sala comigo. Me sentei na mesa que graças a Deus consegui comprar a uns dias e sentei o Samuel na minha perna, deixei ele explorar o prato como sempre deixo. — Dormimos demais hoje, filho, estamos ficando preguiçosos. — Dei um cheiro nele que nem me deu atenção.

   Puxei meus materiais de trabalho e deixei em fácil acesso, falta menos de uma hora para começar os atendimentos. Não tive tempo nem de tirar o pijama hoje, normalmente gosto de tomar um banho e me arrumar um pouco antes de trabalhar, parece que eu acordo mais, me dá disposição, se não faço isso fico com uma preguiça mas hoje não estou com tempo para me arrumar.

    Samuel comeu toda a maçã com aveia, agora com oito meses, completando amanhã, ele está bem mais adaptado com a introdução alimentar, agora se tem uma coisa que Samuca ama fazer é comer. Ele está tão esperto, engatinha a casa toda, não posso mais deixar sozinho na cama ou no sofá senão ele rola até cair, é uma loucura gostosa. Está com dois dentinhos e mais um nascendo, então as vezes é aquela manha normal.

— Isa! — Escutei a voz da Jana no portão. Levantei rapidinho pegando a chave e fui abrir o portão. — Mas que neném lindo é esse com a boquinha toda suja? — Sorriu pegando o Samuel no colo, meu filho já se animou com a dinda.

— Acabou de comer agora. — Sorri dando espaço para ela passar.

— Bom dia, Isa. — Me abraçou. — Não te atrapalhei no trabalho, né?

— Bom dia. Não, ainda não chegou pedido. — Peguei meu celular e nos sentamos no sofá. — Já começaram a fazer alguma coisa?

— Não, acordamos quase agora. — Arrumou Samuca em seu colo. — Vim aqui bater um papo com vocês, seu primo desceu para ver com seus tios a lista do que ainda está faltando, vão no mercado daqui a pouco comprar com o Juan.

— Entendi. — Joguei minha cabeça para trás. Está cada vez mais difícil ficar longe do Juan, toda vez que o vejo, que ele sorri, eu ne sinto estranha, tenho vontade de abraça-lo, beijar ele, ou até mesmo ficar de bobeira igual a última vez aqui em casa.

— Nada de tirar esse pensamento da cabeça? — Neguei ouvindo ela suspirar. — Eu estou ficando ansiosa por você, Isadora, imagina sua cabeça.

— É tão difícil. — Choraminguei.

— Você que complica isso, amiga. O que está te impedindo? — Fiquei quieta. — Viu, nada te impede. Vai fazer dois meses que está nessa, Isa, Juan está todo amoado pensando que você não sente nada por ele, que se afastou por ele ter sido invasivo demais com você, vocês precisam conversar.

— Eu não consigo, Janaína, não dá. — Passei a mão pelo meu rosto. — Juan é um cara incrível, merece alguém que consiga amar ele de verdade e não alguém quebrado como eu.

Amor que curaWhere stories live. Discover now