Capítulo 11

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Isadora Fonseca Diniz.

11 de maio08:22
Quarta-feira.

  Hoje o meu dia começou agitado, passei a semana me desdobrando para dar conta do trabalho, dos afazeres da casa, do Samuca e da mudança. Sim, nós vamos nos mudar.

   Não estava nos meus planos me mudar agora, para ser sincera eu não achava que conseguiria condições de me mudar com o Samuel mas graças a Deus, aos meus tios e ao trabalho na loja, isso está sendo possível.

    Sabendo do meu desejo de conseguir um lugarzinho para morar com o Samuca, meus tios me presentearam com a antiga casa deles, na verdade eles queriam passar para o meu nome mas eu não quis aceitar, é um patrimônio deles e eu não quero jamais tirar isso dos dois. 

    De início eu não quis aceitar, fiquei relutando e precisou da minha família toda para me convencer de aceitar, e agora que eu me acostumei com a ideia, estou animada para começar a viver lá. A casa é na mesma rua dos meus tios, no começo dela então vai ficar ótimo para minha tia me ajudar com o Samuca, não é enorme mas é perfeita para nós dois.

  Tem uma sala pequena mas aconchegante, a cozinha é mediana, dois quartos pequenos mas que daria super certo e um banheiro, o quintal é amplo, com algumas árvores que o deixam mais fresco, a área de serviço é lá atrás da casa como de costume.

    Eu tenho poucas memórias nessa casa por ser muito pequena e não lembrar de tudo, mas são ótimas e eu quero que meu filho tenha as mesmas memórias. Comer as amoras direito do pé, tomar banho de borracha embaixo da quaresmeira roxa que minha tia tanto ama, brincar e se sujar pelo quintal sem se preocupar.

Ótimas lembranças.

   Fechei a última sacola de roupas do Samuel, graças a Deus vamos nos mudar para o começo da rua, durante a semana nós fomos levando as poucas coisas que temos para não ficar muito puxado. Por sorte, a casa é praticamente mobiliada, faltava televisão, ventilador, máquina de lavar, geladeira mas isso vamos nos ajeitando conforme o tempo. Pegamos as coisas do Samuel ontem e a minha avó me deu sua geladeira e fogão antigos, ela trocou os dela a pouco tempo e me deu os que usava, foram tão bem cuidados nesse tempo de uso que parecem novos, dona Francisca sempre foi caprichosa com suas coisas e graças a ela eu vou economizar mais.

   Hoje estou de folga no trabalho justamente para conseguir organizar o restante das coisas, Yasmin é um anjo de amiga e chefe, suber entendeu a minha situação e me deu o dia de hoje para terminar tudo, só tenho a agradecer ela por isso.

   Caminhei com a sacola preta até a sala e sorri ao ver Samuel todo sujo do café da manhã, com a chegada dos seis meses chega também a introdução alimentar. Não vou dizer que está sendo fácil, pelo contrário, Samuel ainda está estranhando muito essa nova fase, começamos com caldinhos de sopa para ele não se assustar muito com a mudança, até aí o pequeno amou mas a parte das comidas pastosas, nossa, é um desastre. É choro para cá, comida para lá, um desespero.

— Como estamos por aqui hoje? — Perguntei dando um cheiro nele. Tio Henrique foi trabalhar e minha tia ficou dando o café da manhã do Samuca para eu guardar as roupas dele, acordei seis da manhã com esse garotinho totalmente manhoso e querendo apenas meu colo.

— Acredita que ele comeu toda a banana amassada com maçã, filha? — Me olhou surpresa, eu fiquei do mesmo jeito.

— Comeu tudo?

— Sim, reclamou um pouco no início mas depois ficou brincando com os dedinhos e deixou eu dar na boca, comeu tudo e ainda pegou os que caíram na cadeirinha.

Amor que curaDonde viven las historias. Descúbrelo ahora