Capítulo 4

456 51 22
                                    

Junho 2022
Vinícola Santa Luísa.

- mãe!

Foi a primeira coisa que Maraisa escutou quando entrou na grande mansão de Fernando. Ela nunca deixaria de se surpreender com o tamanho daquele lugar. O piso em madeira escura dava um ar aconchegante, e os moveis claros levantavam a elegância do lugar. A primeira coisa que ela reparou foi que muitos eram novos. Ela sabia disso pois os antigos ele tinha feito ela escolher para deixar a casa a cara dela. Agora a casa era dele apenas, e ele decorou como bem quis.

Luísa a abraçou pela cintura com força.

- eu nem acredito que a senhora está aqui! vai ficar com a gente? – a menina perguntou eufórica.

Maraisa podia jurar que viu um brilho de lagrima nos olhos da pequena, que intercalavam entre olhar para a mãe e para o pai de maneira rápida, como se tentasse pegar todos os detalhes antes daquela visão impossível desaparecer.

- seu pai foi muito gentil em me deixar ficar aqui enquanto essa nevasca não passa. – ela forçou o elogio ao homem. Ainda que por dentro ela concordasse mesmo de que ele havia sido muito gentil, mas jamais assumiria isso por vontade própria.

- meu Deus! – Luísa falou animada. – eu nem acredito que meus pais estão juntos na mesma sala! Agora faz sentindo essa nevasca toda!

Fernando apenas observava a interação entre as duas calado. Era estranho. Ele era pai solteiro. Maraisa era mãe solteira. Parecia surreal coexistir na paternidade com ela agora. Ele se sentia um intruso as vendo conversar, e imaginava se Maraisa não sentiria igual. Foi tirado dos pensamentos pela filha.

- temos que mostrar o meu cavalo para a mamãe. – Luísa falou.

- cavalo? – Maraisa questionou surpresa, olhando para o homem.

- eu dei de presente há uns 2 anos. – ele falou sem graça.- filha, quando essa nevasca passar podemos ver sobre isso, agora os cavalos estão no abrigo protegidos, vamos deixar eles lá.

Nesse momento, dois de seus funcionários pararam em choque no hall de entrada da casa. Sonia e Emanuel eram os funcionários mais antigos da casa, que chegaram ao conhecer os pais de Fernando ainda. E obviamente eles estavam lá quando Fernando e Maraisa ainda eram casados.
Por conta disso, olhar para a mulher parada bem ali era um choque para ambos.

- senhora Mo... senhorita Pereira. – Emanuel se corrigiu rapidamente. – que surpresa!

- é um prazer revê-lo, Emanuel. Sonia, também fico muito feliz em te ver aqui. – Maraisa cumprimentou com um sorriso sincero, talvez o único que fosse dar que não fosse para sua filha.

- você não mudou nada. – Sonia falou levemente emocionada.

Fernando respirou fundo. Maraisa tinhas seus funcionários na mão, como sempre, ótimo.

- Sonia, pode acomodar Maraisa no nosso melhor quarto de hospedes? Mostre a ela onde ficam cobertores e travesseiros, ajude-a com um banho quente, também, ela deve estar congelando. – Fernando falou de maneira provocativa e recebeu um olhar fumegante da morena.

- claro! Venha, menina, vamos te acomodar logo. – ela falou, guiando Maraisa pela casa que ela conhecia tão bem.

Assim que Maraisa se afastou com Sonia e Luísa, Fernando fechou a cara novamente. Emanuel o olhou surpreso.

- senhor...

Fernando balançou logo a cabeça.

- é melhor nem perguntar... apenas me faça um favor, sim?

- sim, senhor.

- ligue para aquela logo que Maraisa costumava comprar quando... enfim, ligue lá e peça algumas peças... sobretudo, casacos d neve, blusas de lã, calça, sapatos... eu imagino que o números de peças continua os mesmo.Certifique-se que eles entreguem ainda hoje, mesmo com essa nevasca, eu pago o que for preciso.

Uma vida a mais Where stories live. Discover now