Capítulo 83: Explosão - Parte II

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"Queria saber como você rompeu essa tenda porque, além de ser reforçada para semideuses, ela é encantada não pode ser rompida de fora pra dentro e nem de dentro para fora. O mal não pode entrar! E nenhum semideus sai sem autorização do líder do acampamento." A voz já suave, suspirou. "Como você faz isso? Apenas deuses o fazem? Porque Poseidon te fez tão poderosa assim?"

"Porque sou sua herdeira!" Eu respondi calmamente, sem pensar. A voz para de falar e me toca como se quisesse que eu a olhasse. Eu não vejo mais o rosto do surfista magrelo mas, sim do deus Apollo. Eu estanquei em meu lugar em pânico. Eu não conseguia me mexer e completamente estática esqueci o que é respirar.

"Maya! Olha pra mim!" Sua voz me parecia dura de novo e eu não conseguia olhar. Seu toque parecia me queimar.

"Porque você está vendo através da névoa? E como você consegue fazer isso?" Ele me perguntou com a voz suave novamente.

"Eu não sei!" Eu começo a chorar inconsolável. Eu começo a me angustiar novamente e grito: "EU NÃO SEI!"

Eu desfaleço após o grito apesar de não perder a consciência. Eu sou abraçada muito antes de desabar.

"Eu sou seu tio! Para de se atordoar assim!" Eu sinto lágrimas que não são minhas sobre o meu corpo. Elas são quentes mas, não me queimam mais. "Maya respira! Você não pode ficar catatônica só porque não aguenta suas emoções! Você é forte! Mais do que você pensa!" Ouço a voz do meu tio me falar e respiro ruidosamente como se me reanimasse novamente. Eu sinto mais lágrimas sobre meu corpo e várias que saem de mim. Não enxergo por causa delas.

O abraço cálido foi o suficiente para eu entender que não estou sozinha, mas algo me incomodava e eu não conseguia me aquietar, não conseguia me conter.

É como se minhas águas bradassem para sair!

"Eu preciso de me soltar! Eu preciso de sair!" Eu falei arfante não conseguindo me controlar. Então, forcei passagem para me levantar, não sabendo se me permitiram ou se eu, sozinha, me permiti levantar.

"Maya! Se acalma! Não permita que os sentimentos te roube a consciência!" A voz arfava em preocupação. "Maya, não se permita sucumbir aos seus sentimentos! Você é forte, Maya!" A voz arfava como se sentisse minha dor.

Eu fiquei cega por alguns momentos, minhas costas se apoiaram na parede tenda, elas se apoiaram em uma pequena queda. As minhas pernas fizeram questão de não se dobrar em meio a queda. Eu me apoiava firmemente na parede da tenda. Só buscando minha respiração com um pouco de desânimo.

E foi aí que senti uma mão no meu pulso e eu a afastei prontamente, recuperando minha visão e quando encarei o dono da mão, me enfureci. Era Apolo! Sua mão me alcança outra vez no meu ombro, só que dessa vez:

Queimou!

Os meu olhos abertos em espanto, repentinamente se fecham em fúria e posso sentir a tormenta que há em mim sair. E quando abro os meus olhos vejo, como reflexo: Eu! Com uma falta de expressão em meu rosto, meus olhos cor de cobalto, agora escuros e sem vida, e uma aura azul escura que faz o pelo dos meus braços se eriçarem.

O que aconteceu comigo?

Eu tento olhar para Apolo e não o acho, me desespero. Mas, repentinamente, ouço sua voz.

"Maya! Eu estou aqui! Eu estou bem aqui!"

E quando o vejo meus olhos escuros se claream e posso ver tudo ao meu redor como se tivesse acontecido nada. A aura azul escura, se torna azul clara. Eu caio de joelhos no chão, me apoiando com a mão no chão.

A Filha de PoseidonWhere stories live. Discover now