Capítulo 18

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Acordei no dia seguinte, com dor no corpo todo e com a garganta doendo, cada vez mais quando eu engolia a saliva. Fui dormir tarde da noite. Quando conseguia dormir, acordava minutos depois, assustada e com falta de ar, pois toda vez que fechava os olhos, eu via o metamorfo a me estrangular novamente.

Louis pediu para um amigo cobrir o turno dele, e então me fez companhia a noite toda. Eu dormi abraçada a ele, e toda vez que acordava, acabava batendo nele. Mas em nenhum momento, Louis reclamou ou brigou comigo. Ele só me abraçava e me acalmava, então eu dormia de novo, segura em seus braços.

Esteban não estava em casa quando chegamos, mas havia um bilhete onde dizia que estávamos quites. Acho que ele não ficou irritado.

Victor apareceu, perto da meia-noite, para avisar que havia cuidado do corpo do metamorfo, com a aparência de Louis. Ele devolveu o relógio de Louis, e queria falar comigo, mas eu recusei. É a segunda vez que ele mata alguém na minha presença. Mesmo eu não olhando, a ação em si, ele fez. Não consigo olhar para ele sem me lembrar de que matou o Louis. O falso Louis. Mas só de imaginar, ele quebrando o pescoço do cara que se parecia com meu irmão, me dava enjoo.

Louis explicou, que ao chegarem no teatro, encontraram o metamorfo em um dos camarins, e que ele os atacou, soprou um pó na cara de Victor que o derrubou, depois partiu para cima de Louis, que em um determinado momento, levou uma pancada forte na cabeça, que o fez desmaiar. Foi acordado por Victor e depois, foram à procura do metamorfo.

Encontraram pedaços de pele no chão, o que significou que ele havia se transformado em outra pessoa. Estavam fazendo uma varredura pelos outros camarins, quando ouviram um barulho. Foram atrás da origem e então me acharam.

Louis me entregou o colar depois que chegamos em casa, e eu o guardei numa caixa embaixo da cama. Não é o melhor esconderijo, eu sei. Mas por hora, até sexta-feira, vai ter que dar.

Me virei e olhei para o relógio - sete horas. Com total desânimo, levantei e fui ao banheiro. Tomei um banho demorado, cada parte do meu corpo doía. Quando finalmente me livrei dos hematomas doloridos, causados pelas mãos do Marcelo nos meus braços, eu ganho outros no pescoço. Mas estes eu não irei conseguir esconder tão facilmente. Vou ver se passar maquiagem, ajuda a esconder do mundo os novos hematomas.

Saí do banho e me sequei com a toalha. Penteei meus cabelos molhados e em seguida tentei fazer mágica com a maquiagem. Não consegui esconder tudo, droga.

De volta ao quarto, escolhi uma calça jeans e uma blusa preta gola alta. Coloquei uma bota cano curto de salto baixo. Peguei outra bolsa e coloquei meus pertences nela, junto a arma, e desci a escada.

Louis já havia preparado o café da manhã, e estava saindo da cozinha, com uma bandeja em mãos.

– É a última vez que eu ouso fazer isso pra você, e você nem está na cama esperando.

Eu dei uma risada e agradeci pelo gesto fofo. Voltamos à cozinha e comemos em silêncio, depois lhe assegurei de que estava bem e ele me levou para trabalhar.

Pedi para que ele me deixasse uma quadra antes do jornal, porque não queria chegar com um carro da polícia. Ele aceitou e fez uma piada. No caminho, Louis conversou brincalhão comigo.

Foi bom.

O dia no jornal foi normal. Isabela perguntou o porquê da gola alta, e eu dei a desculpa da garganta inflamada. Ela acreditou.

No caminho para casa, ela voltou ao assunto do "meu amigo bonitão". Ela insistiu por detalhes picantes entre nós, e demorou a acreditar que não aconteceu nada entre nós.

– Mas você tá esperando o que, hein gata? – Ela perguntou indignada. – Quando um homem desses aparece na sua vida, você o agarra.

– Eu já disse, ele é um amigo. Nada mais. Isso que a sua mente poluída, gosta de imaginar, nunca vai acontecer.

Perdoe o PassadoDove le storie prendono vita. Scoprilo ora