Capítulo 6

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Demorei um pouco para chegar na mansão, que aliás é muito bonita, não reparei muito da última vez que vim aqui.

Olhei em volta, analisando. O portão preto, que estava aberto, estava decorado com flores num tom de azul-arroxeado e violeta crescendo em volta de todo o gradil, pelo lado de dentro não é diferente, há mais dessas flores.

Passei pelo portão preto, meu coração acelerando a cada passo dado. Subi a escadinha e bati na porta com a mão, esquecendo da aldrava. As janelas estavam fechadas, com as cortinas mantendo a luz para fora dos cômodos. À direita, uma sacada que ao que parece, fica em cima da garagem, no subsolo. Diferente.

Quem abriu a porta, é claro, foi Esteban. Afinal, ele é o mordomo.

– A mocinha outra vez – Ele me olhou e riu.

Dei um pequeno sorriso em retribuição.

– Quem a mocinha está procurando dessa vez? Pedro? – Brincou.

– Não, eu gostaria de falar com o seu patrão mesmo, o Sr. Sherwood. Ele está?

Sua expressão mudou. De uma expressão gentil e doce, para uma de surpresa e depois séria.

Ah... é-é... claro,... e-entre – Gaguejou, abrindo a porta para mim.

Por dentro, o saguão é espaçoso, com uma enorme escada no canto da parede. Não havia nada aqui, nem uma mesa com flores decorando o ambiente.

– Espere aqui um minuto, por favor.

Esteban disse e eu apenas assenti com a cabeça.

Ele se dirigiu até uma porta dupla, branca, à direita. Ele abriu e entrou, fechando-a em seguida. Não pude ver muita coisa no breve momento em que a porta esteve aberta.

Enquanto Esteban demorava, comecei a olhar a cor das paredes, eram de uma cor neutra, apenas branco. "O Sr. Sherwood gosta muito de branco" – pensei comigo mesma. Exceto por um tapete vermelho, que cobria os degraus da escada, e o corrimão era em dourado. O lado positivo de tanto branco, é que estava bonito, tudo combinando.

Do outro lado do saguão, dava para ver uma enorme mesa.

À esquerda, havia uma sala sem porta, um sofá enorme e uma poltrona, na outra ponta da sala, na diagonal. Comecei a andar até a sala.

– A mocinha pode se encontrar com meu amo agora – Esteban surge atrás de mim e eu dou um pulo de susto. Não o ouvi se aproximar.

Ele estendeu as mãos para pegar a minha bolsa.

– Não, obrigada. Vou ficar com a bolsa – Esteban assentiu.

– Por aqui, por favor – Esteban me guiou ao cômodo com a porta dupla.

A sala estava sendo iluminada apenas pela lareira e ele estava em pé na frente dela, de costas para a porta.

A porta se fechou, no momento que passei por ela. Haviam dois sofás, de frente um para o outro, estantes cheias de livros cobriam quase que a sala inteira. À lareira, de frente para os dois sofás, aquecia toda a sala.

Ele se virou para mim, estava de terno. Não consegui ver a cor devido a pouca luz de iluminação, mas sei que era de uma cor escura, possivelmente um preto.

– Sente-se – Ordenou e indicou com sua mão para um dos sofás.

Caminhei lentamente até o sofá que me direcionou e me sentei.

– Com sede?

– N-Não – Gaguejei.

Ele se virou e sentou no outro sofá, na outra ponta, ainda perto da lareira, enquanto eu perto da porta, cruzou as pernas, descansando os braços sobre elas. Sua postura estava ereta, mirava a estante à sua frente, atrás de mim.

Perdoe o PassadoWhere stories live. Discover now