Capítulo 2

198 39 761
                                    

Assim que acordei, era sete e vinte da manhã, levantei rápido porque se eu dormisse de novo na esperança de mais cinco minutos, eu dormiria bem mais que isso. Tomei um banho rápido, e como não jantei na noite passada, eu estava faminta.

Enquanto tomava meu cafezinho da manhã, eu lia o jornal, haviam acontecido mais três mortes e a polícia não quis dar entrevista sobre o caso, "meio óbvio né?", talvez porque eles não saibam o que está acontecendo ou sabem e não querem contar, talvez para evitar o pânico na população.

O artigo tinha autoria de Clara Mendel que, não tenho dúvidas, conseguirá mais detalhes do caso com seus contatos na polícia.

Mas por hora, o que estava escrito era que os corpos foram encontrados dentro de um carro, perto do mesmo bar em que encontraram o corpo daquela mulher. Os corpos estavam com as cabeças cortadas.

"Eu estava indo abrir a minha loja como toda manhã, e foi quando reparei no carro, a porta do motorista estava entreaberta e estava com uma grande mancha vermelha, e foi isso que me chamou atenção. Me aproximei e olhei pela janela, e foi quando vi os corpos, eu me assustei e liguei para a polícia" – disse Giulia Cortez, a dona da boutique mais famosa da cidade.

Senti um arrepio percorrer meu corpo. Olhei a hora e eram cinco para as oito da manhã, terminei o meu café depressa e fui trabalhar, dessa vez não esqueci o meu carro.

No estacionamento da Fihan vi novamente aquele homem, era como se ele estivesse me perseguindo. "E, se ele estava atrás de mim para..., e se ele for esse assassino em série? Serei eu a próxima vítima dele?" Perguntei a mim mesma, em meus pensamentos.

Voltando para o estacionamento, não tenho certeza se vi mesmo ele lá. Eu estava procurando uma vaga para estacionar e olhei pelo retrovisor. Mas não o vejo agora, devo ter visto coisa, é o sono fazendo efeito... deve ser isso. Sono e paranóia.

Quando cheguei no andar onde trabalho, havia um anúncio colado na parede, logo na entrada do andar e saída do elevador, onde dizia que Daniel Diaz irá promover o jornalista que dará a melhor matéria sobre os assassinatos.

Assim que terminei de ler aquele anúncio, eu sabia que quem teria de ser promovido era eu, mas tinha só um porém, o "artigo digno". Eu teria que conseguir um artigo perfeito sobre esses acontecimentos bem antes de meus concorrentes de trabalho.

Continuei andando como se nem tivesse lido aquilo, como se não me importasse.

Quando me aproximo de minha mesa, vejo Isa com um sorriso na cara.

– Está usando lentes de contato? – Perguntei analisando seus olhos, agora sem os grandes óculos de armação azul.

– Uhum! Fiquei mais bonita, né?

– Mas você havia me dito que não podia usar lentes de contato, e por isso usava aqueles seus lindos óculos.

– Sim, eu disse. Mas graças a um ótimo oftalmologista, descobri que sou alérgica a lentes de contato, e felizmente há uma marca que desenvolve lentes apenas para pessoas com o mesmo caso que o meu. Ou seja, eu posso sim usar lentes de contato, mas apenas de uma determinada marca – Ela leva a mão ao nariz. – Eu não aguentava mais os calos que o óculos deixava aqui. Sinto-me mais leve e feliz – Ela suspira e sorri lindamente para mim.

– Eu vejo. E fico feliz por você – Deixei minha bolsa sob a mesa. – Você viu aquele anúncio logo na saída do elevador? O que você acha? – Perguntei enquanto me sentava. – Sobre a promoção. E sobre as mortes.

– Eu estava com pressa e não vi anúncio nenhum. Nem sei porque você se importa com essa promoção, provavelmente nem vai conseguir, é uma perda de tempo já que sabemos quem é que vai conseguir – Isabela disse isso mirando Clara.

Perdoe o PassadoWhere stories live. Discover now