Capítulo 12

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– Eu já sei que alguns vampiros podem andar sob a luz do sol, que se curam rápido, tem força e velocidade, a audição, visão e o olfato aumentados, e para entrar numa casa devem ser convidados por quem mora nela, o dono – Disse, contando nos dedos o que sei, me lembrando de cada acontecimento. – Esqueci de algo? O que mais um vampiro pode fazer?

Ele me observa do outro lado do sofá, sentado elegantemente, vestindo aquela camisa azul com uma calça social preta; enquanto eu, sentada com uma almofada sobre as pernas, meio corcunda, nada elegante.

– Nós, vampiros, também podemos compelir humanos. É como uma hipnose.

– Você já usou isso em mim? – Se sim, será por isso que me sinto tão à vontade com sua companhia?

– Sim, no beco, após a primeira vez que te salvei, você estava assustada e com medo, eu usei meu poder para te acalmar.

– Agora eu entendi porque a sua voz me acalmou. Foi só dessa vez que você fez isso comigo?

– Sim.

– Como funciona? – Ajeito meu cabelo, quase seco, para trás das orelhas.

– É, basicamente, você olhar profundamente nos olhos de uma pessoa, e de certa forma, se concentrar – Victor para de falar e desvia seu olhar de mim para a lareira, agora apagada. – ...vou simplificar essa parte, após se concentrar bem, você vê como se a pessoa fosse transparente, você consegue ver tudo, têm acesso a tudo no corpo dessa pessoa: lembranças, sentimentos, desejos, ações. A pessoa compelida não tem controle do corpo até que o vampiro decida encerrar a hipnose, mas até fazer, pode controlar essa pessoa quando quiser somente com o comando da voz.

– Nossa, é interessante, vampiros podem compelir outros vampiros?

– Não podemos compelir outros seres sobrenaturais, inclusive outros vampiros. Os humanos podem usar uma planta, chamada verbena, para não serem compelidos por um vampiro – Vendo a minha curiosidade, ele continuou. – A verbena pode ser ingerida, misturada a qualquer bebida, como no café. Caso não queira ingerir a verbena, já que o gosto não é o dos melhores, pode colocá-la num objeto, colar ou pulseira, pode misturar até no perfume. Pode-se também, ter um pedaço da planta consigo, no bolso da calça, por exemplo.

– Por que está me contando sobre isso? Quero dizer, você poderia deixar de me alertar sobre isso e me compelir quando quiser.

– Jamais a faria fazer ou dizer algo contra a sua vontade, a única vez que a compeli foi para te acalmar, e só ousaria usar novamente esse dom para isso, nada mais. Mas agora que você sabe sobre os benefícios da verbena, creio que não poderei mais acalmá-la, vou ter que encontrar outra forma de fazer isso, caso venha a ser necessário – Victor desviou o olhar do meu, para a lareira novamente.

– Os vampiros tem alguma fraqueza, além de que alguns não podem andar na luz do sol? Estaca de madeira funciona, certo? Tipo, pra matar. E o alho, repele mesmo os vampiros? – Victor coça a cabeça, com um olhar preocupado. – Pode ficar tranquilo, não vou sair por aí matando vampiros, só quero saber para poder me defender caso algum vampiro venha atrás da Elizabeth, atrás de mim, no caso.

Ele respira fundo e se levanta, caminha lentamente até a poltrona, onde deixou seu casaco, após entrar na sala.

– Estaca de madeira pode sim matar um vampiro, assim como balas de madeira, mas tem que atingir o coração; A verbena também pode ser usada para ferir o vampiro, em contato com a nossa pele chega a queimar, se for injetada, dependendo da quantidade, pode vir a matar um vampiro. Se for em pouca quantidade, só nos faz desmaiar e nos deixa fraco – Victor apoiou os braços na poltrona e soltou uma pequena risada. – O alho não tem efeito nos vampiros, assim como em algumas mitologias, a prata e crucifixos, também não tem efeito. A prata só fere os lobos, e os crucifixos podemos usá-los, tocá-los, temos crenças, um dia fomos humanos.

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