Capítulo 7

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No caminho para casa, Esteban não falou comigo. Só entregou o meu celular, e nem me deu um tchau quando me deixou em casa. Parecia aborrecido com algo.

Assim que entrei, lembrei que não havia terminado de arrumar a casa. Como a porta havia sido arrombada, coloquei uma cadeira, a inclinei de modo que trancasse a porta. Deixei para depois o meu celular, achei mais importante terminar de arrumar a casa.

À noite, com a casa "nova em folha", tomei um banho relaxante, com a água quente escorrendo pelos meus ombros tensos, lavando meus cabelos - a dor na cabeça já não parecia mais estar ali. Com banho tomado, coloquei meu pijama, shorts e camiseta, coloquei um novo curativo na minha mão e por último, escovei meu cabelo úmido, o desembaraçando, e fui para o quarto.

Encapei meus travesseiros com duas fronhas em cada, para que a espuma não saísse - pois os assaltantes rasgaram meus travesseiros -, depois me cobri e com meu celular em mãos, resolvi dar uma olhada nele.

"Ele com certeza mexeu no meu celular" - era o que eu dizia quando o peguei. Mas, para a minha surpresa, não mexeu. Estava tudo normal: fotos, contatos, mensagens, a minha vida toda ainda permanecia ali. Fiquei tão aliviada.

Haviam mensagens do meu chefe, me dando dois dias de folga pelo que aconteceu na Crystal Brom, e que isso estava fora de cogitação. Não o respondi. O bom é que só tenho amanhã de folga, depois poderei voltar a trabalhar, finalmente.

Não estava com fome, então desmontei na cama, cansada do dia, meus olhos se fecharam e eu adormeci. Tive uma noite sem sonhos, acordei com a luz do sol invadindo meu quarto. É estranho eu não ter tido nenhum pesadelo com o que aconteceu.

Levantei sem a menor vontade. Fui ao banheiro e joguei água fria no rosto para acordar, penteei meu cabelo e prendi em um rabo de cavalo. Troquei o curativo da minha mão. Vesti meu jeans favorito, preto, e uma blusa branca tradicional. Coloquei a mesma botinha de ontem.

Descendo as escadas, ouvi alguém bater na porta. Eu parei no último degrau, a batida retornou e eu andei lentamente até a porta.

– Quem é? – Perguntei com firmeza na voz.

– É o Louis.

Abri a porta, aliviada, e Louis me deu um abraço inesperado.

– Tava preocupado. Você não voltou e eu não sabia onde você estava, nem se podia te ligar, já que foi em busca de seu celular, e eu não vim pra sua casa por medo de você ir pra minha e nos desencontramos.

– Calma. Eu tô bem. Desculpa por não ter te ligado. Vem, entra.

Fechei a porta.

– Eu te ofereceria café, mas está em falta, então, água?

– Não. Na verdade, um café cairia muito bem. Vai trabalhar hoje?

– Não, hoje estou de folga.

– Então Café Express? Eu pago.

– Pode ser.

Coloquei a mesma jaqueta de ontem, peguei minhas chaves e saímos.

– O que houve com a sua porta? – Louis me perguntou, enquanto eu fechava a porta, deixando-a encostada.

– Foi arrombada. Vou ter de arrumar – Suspirei. – Fazer o quê?

Fomos em sua moto até a cafeteria.

– Eu não sabia que você tinha uma moto – Eu disse, enquanto tirava o capacete.

– Comprei há pouco tempo.

– Estou surpresa que não tem as luzes azul e vermelha piscando – Nos olhamos e rimos.

Ao entrarmos na cafeteria, percebemos que não tinha muita gente ali.

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