Capítulo 14

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– Por que está me seguindo? – Uma voz rouca perguntou, logo após eu passar pela porta.

Eu me virei, meio assustada, e o vi parado ao lado da porta, encostado na parede

– Eu só queria agradecer pelo que fez lá dentro – Disse, observando-o acender um cigarro – Obrigada.

Ele deu uma tragada e depois se aproximou de mim.

– Você tem cara de quem atrai encrenca – Ele disse, cada palavra soltando a fumaça de sua boca em meu rosto.

Eu tossi um pouco, devido ao cheiro do cigarro entrar pelas minhas narinas e ir direto para meus pulmões.

– Desculpe por isso – Ele se virou e se afastou.

– Tudo bem – Disse, esfregando minhas mãos nos meus braços, tentando me aquecer.

– Está ficando frio, é melhor irmos para nossas casas – Ele disse e seguiu seu caminho até a frente do bar.

Dei uma olhada em volta, percebendo que foi aqui onde o corpo daquela mulher foi encontrado. Senti um arrepio na nuca, que não é do frio. Respirei fundo e segui meu caminho, também para a frente do bar.

Passo pelo belo moreno, que estava a conversar comigo a pouco, entrando em sua caminhonete cinza. Atravesso a rua e sigo em direção ao meu carro.

Noto que alguém está encostado no mesmo carro ao qual me dirijo.

Ao me aproximar, percebo que é Victor.

– Você não vai dirigir, não é? – Ele perguntou, em um tom de repreensão misturado a preocupação.

– Vou – Digo secamente.

– Você acabou de sair de um bar, sinto cheiro de álcool vindo de sua boca, você não vai dirigir. Corre o risco de sofrer um acidente – Victor estende a palma da mão para mim. – Me dê as chaves, eu dirijo.

– Você não é o meu pai, não é o meu irmão e muito menos meu namorado! – Digo friamente. – Eu bebi sim, mas não estou bêbada, posso dirigir numa boa.

– Sarah, as chaves – Ele continuou com a mão estendida, não ouvindo nada do que eu disse.

Eu pego as chaves na bolsa, mas antes de lhe entregar, noto sua roupa.

– Este é o mesmo casaco que você deixou na minha casa ou é outro, muito parecido com aquele? – Aponto o dedo para o seu casaco. – Porque se o for o mesmo, você invadiu a minha casa depois que eu saí.

– É… me desculpe – Ele disse, sem jeito.

Eu respirei fundo, acalmando a minha raiva.

– Aliás, como me achou? Me seguiu até aqui, depois de ter pego seu casaco, na minha casa? – Ele abaixou a mão e olhou a nossa volta.

Eu o encarei, esperando sua resposta.

– O carro tem rastreador – Victor disse, evitando olhar para mim.

– Por que não estou surpresa? – Perguntei a mim mesma, em voz alta. – Não teria como você me dar um carro desses, sem rastrear cada movimento meu.

– Eu fiquei preocupado com a sua segurança, caso fosse sequestrada novamente, eu poderia encontrá-la mais rápido. Sei que foi errado, mas não vou me desculpar por isso.

– Então tá! – Entrego as chaves a ele, bruscamente. – Me deixe em casa e depois leve seu carro de volta, pode ficar com ele.

– Sarah, eu...

– Não! – Eu o interrompo. – Não quero ouvir mais nada – Finalizo e entro no carro.

Dirigimos em silêncio. Estava com muita raiva dele para perguntar o porquê dele ter saído daquele jeito da minha casa, do porquê dele odiar tantos os lobos.

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