Patrícia desligou na minha cara pelo tom da conversa, e o nervosismo dela só confirma a desconfiança do Diego. Mas vou deixar para contar pra ele só amanhã. Antes de terminar de me arrumar, vou aproveitar que estou com o telefone na mão e ligar para a Maya.

📞 Maya

- Oi, ratazana.

- tá em horário de aula?

- Estou esperando o professor chegar na sala.

- Depois, na hora do intervalo, você me passa o número da mãe da sua amiga. Eu acabei perdendo ele.

- Vou te mandar agora. Domingo de tarde, eu estou de volta para alegrar sua vida.

- Juízo, viu! Você vai sair para algum lugar?

- Vou para o baile no morro atrás do dono, pique Wattpad, onde a patricinha otária vai atrás de aventura.

- Você não é nem maluca, garota. Te busco com um pedaço de madeira na mão, e não tem dono de morro que me impeça de subir.

- Palhaça. Vou ter que desligar, o calvo do Marcelo acabou de chegar.

- Beleza, tchau.

Chamada encerrada.

Olho o horário e volto a me arrumar como o Flash.

Olho o horário e volto a me arrumar como o Flash

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Capítulo por Lennon

📍Rio de janeiro - 2022
🗓️ Sexta-feira

Cheguei na casa de Ayana e buzinei, esperando ela sair. Segundos depois, ela apareceu. Cumprimentei com um beijo na bochecha.

- tá cheirosa. Milagre! - Brinquei, rindo da expressão de indignação de Ayana. Abri a porta do carro para que ela pudesse entrar.

- Se manca, orelhinha - Ayana respondeu rindo e entrou no carro.

- Tudo bem contigo? - perguntei depois de uns minutos observando Ayana parecendo estar longe. Ela olhou pra mim, deu um meio sorriso e balançou a cabeça.

- Só tô pensando em algumas coisas, nada de mais - Ayana respondeu.

- Me conta o que você tá pensando. - Perguntei curioso.

- Depois eu te falo.

Olhei rapidamente para Ayana em reprovação, e ela riu.

- É sério, outro dia eu te falo. Mas e você, tá bem? - Ayana perguntou mudando de assunto.

- Tô bem pô, a vida tá uma correria, mas tá suave. - Respondi.

- Você e a Juliana estão bem? - Ayana perguntou.

- Se eu te falar que sim, eu vou tá mentindo. Papo reto. - Respondi e me concentrei no trânsito.

- O que aconteceu? - Ayana perguntou.

- O mesmo de sempre, brigas, cobranças desnecessárias, essas paradas cansam. Isso que a gente tem não tá dando certo. - Expliquei.

- Vocês já conversaram a respeito?

- Já, mas não adianta. Vou esperar ela voltar de São Paulo, e vou terminar. O que você acha? - Perguntei.

- Posso falar, ou você vai falar que eu não tenho nada a ver com isso? - Ergueu a sobrancelha.

- Preta, foi sem pensar que eu falei isso, e sua opinião é importante para caramba. E aí, o que você acha?

- Termina! - Ayana respondeu com empolgação, e quando ela mesmo percebeu isso, se repreendeu, botando a mão na boca, rindo. Eu acompanhei.

- Tu adora ela, né? - Debochei, rindo.

- Desculpa. Você sabe que eu quero que você seja feliz, independente com quem seja, mas eu te conheço, e sei que você não tá feliz nessa 'relação'. - Ayana disse, me olhando seriamente.

- Eu sei, preta. E tu tem razão, não tô feliz e não tá sendo justo eu continuar empurrando isso principalmente quando outra mulher tem ocupado minha mente - Respondi o mais sincero possível e vi ayana me olhando de rabo de olho

- outra mulher?

- É... você sabe quando você sente que encontrou alguém que é realmente especial, mas as circunstâncias simplesmente não permitem que vocês fiquem juntos? Vc até pode ter disposição de enfrentar tudo mas algum dos dois sente exatamente a mesma coisa mas sente medo insegurança de tentar algo - encarei ela - Às vezes, parece que estamos lutando contra as probabilidades e lutando por algo que nunca poderá ser. - eu disse, olhando para Ayana com uma indireta disfarçada. Eu sabia que tudo isso também se aplicava a nós dois, e que estávamos lutando contra sentimentos que só cresceram desde aquela noite em que ficamos.

Ayana olhou para mim com uma expressão séria no rosto, como se estivesse ponderando minhas palavras. Ela parecia estar pensando em algo pessoal, algo que talvez refletisse os próprios sentimentos dela.

- Falou e disse - soltou uma risada meio desanimada, tentando quebrar o clima - Às vezes, parece que tudo está contra nós e que não há maneira de fazermos nossos sentimentos darem certo. Mas eu aprendi que é importante seguir o que seu coração diz, mesmo que seja difícil. E, no final das contas, o que importa é que você seja honesto consigo mesmo e com os outros - ela respondeu com uma voz suave, revelando um pouco de seus próprios sentimentos.

Eu podia ver um pouco de tristeza em seus olhos, como se ela também estivesse enfrentando desafios pessoais. Eu me perguntei o que ela poderia estar pensando, mas sabia que não era educado perguntar. Então, decidi mudar de assunto.

- falou e disse 2 - tentei quebrar o clima igual ela fez segundos atrás - Mas mudando de assunto, cê tá ligada que meu aniversário é segunda né?

Ayana sorriu, aparentemente aliviada por mudar o assunto.

- Não tô sabendo disso não, ué - respondeu debochando - Tô brincando, eu sei que semana que vem faz 34 anos que você nasceu.

- Ah, qual foi - gargalhei - Respeita minha idade, Aya.

Ayana riu, balançando a cabeça

Nosso papo acabou seguindo para outros assuntos, mas eu sabia que nossos sentimentos ainda estavam presentes e intensos, mesmo que não estivéssemos falando sobre eles abertamente. A conversa que tivemos me deixou com um pouco de esperança sobre nosso dois, e eu sabia que precisaria tomar uma decisão em breve. Mas por enquanto, devemos seguir o fluxo como ela mesmo diz

 Mas por enquanto, devemos seguir o fluxo como ela mesmo diz

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Velha infância | L7NNON Where stories live. Discover now