25.

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boa noite bebês <33
tenham uma boa leitura :)
all love.






— Olhe só para você. — Nana diz com admiração. 

Louis mantém o olhar focado no buquê de margaridas em suas mãos. Thea havia dado a ele uma hora antes com uma piscadela cúmplice. Harry deve ter contado a ela.

Há um espelho na sua frente, mas não pode olhar para ele - o lindo macacão branco que Nana fez com o vestido de sua mãe. Não pode olhá-lo, mas certamente pode senti-lo. A carícia suave do tecido contra sua pele, abraçando seus quadris e sua cintura enquanto se estende por suas pernas. 

— Absolutamente lindo. — Nana continua, a voz em um sussurro. Ela esteve ao seu lado durante toda a manhã, uma presença constante e reconfortante. Melanie também esteve por perto, mas pediu licença para ir verificar os convidados que começaram a lotar o celeiro. 

Está quase na hora e ele está nervoso. Mal conseguiu tomar o café da manhã, só conseguindo engolir algumas torradas com manteiga de amendoim e algumas framboesas caseiras que Melanie colheu.

Havia um nó em sua garganta que não conseguia desfazer, e uma forte pressão empurrando seus pulmões, a culpa sem fim. Tem certeza de que Thea estava um pouco preocupada com sua palidez fantasmagórica enquanto retocava seu rosto e penteava seu cabelo. Ele não chorou - ainda não, mesmo quando Nana o tranquilizou que o nervosismo matinal era normal e que seria um dia emocionante para ele. Vai considerar isso uma pequena vitória. 

— Nana? — ele chama, mordendo o lábio. — Eu só queria dizer obrigado. — continua de forma instável, esperando que ela possa ver através de seus nervos e entender a verdadeira profundidade de sua gratidão. Não apenas por esta manhã, mas por tudo isso – sendo tão gentil com ele mesmo depois do que ela sem dúvida ouviu de Harry, fazendo-o se sentir bem-vindo, tratando-o como família. — Obrigado por tudo. 

— Querido, é claro. — diz ela, inclinando-se para apertá-lo cuidadosamente em torno de seus ombros. — Se você não estivesse todo arrumado agora, eu te daria um abraço de verdade.

Louis fecha os olhos e pigarreia, passando para a próxima coisa que queria dizer. Ele também havia pensado nisso durante toda a manhã, desde que Melanie mencionou levianamente que ela ou Jonathan ficariam felizes em substituir seu pai ao acompanhá-lo até o altar.

— Eu também queria perguntar… — se interrompe, sem saber como proceder. 

Sentindo seu nervosismo, Nana sorri para ele encorajadoramente. 

— Você vai… você vai me levar até o altar? — deixa escapar, trêmulo, a voz diminuindo a cada palavra. 

Os olhos de Nana se arregalam de surpresa, e então se suavizam, olhando-o com tanta ternura que ele meio que quer chorar.

— Será um prazer. — diz ela calorosamente. 

Ele sorri, piscando rapidamente para conter as lágrimas por ela aceitar tão rápido. Será um pouco mais fácil, pensa, fazer isso com Nana ao seu lado. 

Melanie entra apressada um momento depois e imediatamente para ao vê-lo. Ela levanta a mão para cobrir a boca, os olhos cheios de lágrimas. 

— Acho que já são três vezes. — diz Nana em tom de provocação, referindo-se ao número de vezes que Melanie já chorou hoje.

— Estou tão feliz. — diz ela, correndo para lhe dar outro abraço cuidadoso. O número daqueles que ele recebeu hoje está próximo de uma dúzia, mas não está reclamando. Ele vai absorver cada pedacinho de amor que essas pessoas maravilhosas lhe concederem. — Você é absolutamente lindo. Harry vai enlouquecer quando vir você.

Harry. Louis tentou ao máximo não pensar nele desde que acordou naquela manhã sozinho na cama, o fantasma de seus braços em volta dele permanecendo em sua pele. Fazia sentido que ele tivesse saído cedo, visto que Melanie apareceu momentos depois com crepes e flores para o café da manhã. Mas ainda havia aquele primeiro momento de realização vazia quando acordou e viu a marca de um corpo no colchão ao seu lado, a quietude do quarto caindo sobre ele enquanto a dor se formava na depressão sob suas costelas. 

Então tentou ao máximo não pensar no alfa enquanto Melanie, Nana e Thea esvoaçavam ao seu redor a manhã toda, todas tremendo de excitação. Mas mesmo que Louis não o tenha visto uma vez hoje, o alfa ainda teimosamente ocupa sua mente. Ainda consegue sentir o fantasma dos braços de Harry ao seu redor, sua voz em seu ouvido e traços de seu cheiro no ar. Isso só piora a pressão em seu estômago.

Foi um lapso de julgamento, ele sabe disso. Um erro de embriaguez entre duas pessoas, uma entediada e a outra solitária. Uma noite de luxúria e paixão que se dissipa pela manhã. Sério, que bom que Harry já tinha ido embora quando acordou. Louis não tem certeza se conseguiria suportar a interação matinal obrigatória, encharcado de constrangimento e arrependimento. Não tem certeza se poderia olhar nos olhos de Harry, lembrando-se de suas doces palavras e toques ternos e perceber a indiferença em seu belo rosto agora que o sol nasceu e ele percebeu o que havia feito. 

— Devemos ir para o celeiro agora? — Nana pergunta, tirando Louis de seus pensamentos em espiral e interrompendo as divagações de Melanie sobre quais convidados chegaram. 

— Sim. — diz Melanie, com os olhos brilhantes. — Vou me sentar com Jon. Eu só queria checar primeiro. Estamos prontos?

— Estamos prontos. — Nana confirma, e Louis acena com a cabeça bruscamente. Não adianta protelar agora. 

Melanie o aperta uma última vez, fungando. — Está acontecendo! — exclama vertiginosamente, antes de sair. 

Está acontecendo. Louis sente uma pressão quase insuportável em seu peito, mas se obriga a respirar fundo, deixando um pouco da tensão se esvair de seu corpo. São negócios, ele lembra a si mesmo. Não é diferente de uma feira de livros ou painel, ou qualquer uma das inúmeras apresentações que fez ao longo dos anos. 

Calmo. Composto. No controle. São qualidades familiares para ele, até mesmo uma segunda natureza. Passou tantos anos trabalhando para aperfeiçoar essas qualidades, e agora elas são instintivas. 

Esta é apenas mais uma apresentação, e ninguém faz apresentações melhor do que ele.

Levanta a cabeça enquanto Nana estende o braço para ele, colocando a mão na curva do cotovelo dela. E o mantém bem alto enquanto saem da casa e vão em direção ao celeiro. 

Está na hora. 

hold on to your heart ও l.sWhere stories live. Discover now