Babilônia

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Morro do Vidgal




[Aquele abraço]
Tim Maia.






Com alegria e as peculiaridades do Rio de Janeiro. O que aparentemente não pode se fazer ali, sem opressão alguma ou oficialidade proibida, homens portando suas armas sem nenhum natureza ameaçadora aos moradores do morro. Felizes eram os que conseguiam se manter de pé ao fim do churrasco mesmo com a possível derrota do seu time do coração. Enchendo seus estômagos com carne e uma boa cerva.


Era tarde de domingo, no telão no topo da laje mostrava o replay do gol do jogador do Flamengo que fez todos vibrarem. O placar estava dando vitória ao time rubro-negro por 2x1 contra palmeiras na final do brasileirão, os torcedores cariocas estavam árduos por um vitória do timão. Vidrados no jogo, torcendo, nervosos e ansiosos. Era final de un campeonato importante, o time precisava daquele troféu e se dependesse da torcida eles teriam.


Camila passou a ser flamenguista no momento em que pisou em solo carioca, a mexicana adorava acompanhar os jogos no Maracanã, para ela, era uma das melhores experiências de sua vida. A vibração, a vontade em que cantavam o hino e levantavam o bandeirão, como beijavam o símbolo estampado em suas camisas. Aquilo era paixão, era fidelidade ao time. Camila não se apegou a nada disso no México, eles não tinham esse apego como só o brasileiro tem.



- Vou pegar mais uma cerva.


Many disse ao se levantar do banquinho em que estava entre uma roda de amigos, Camila estava ao seu lado observando a harmonia que era aquele lugar, as pessoas, a vibração, era algo impagável. Uma sensação única.


- Pega uma pra mim também!


Camila pediu e logo as pessoas vibraram por mais um gol do Flamengo, logo um dos moradores do Vidgal, conhecido como Dedé, soltou fogos no alto da laje mostrando que ali tinha flamenguista feliz. Dedé quem ficava responsável por organizar bailes na comunidade, fazia parte do grupo de homens do Cabelinho. Era de sua confiança.


Kessya não saia de perto do churrasco, não gostava tanto de futebol para assistir ao jogos, ela adorava comer, pegava um espetinho de cada sabor e assim aproveitava a sua tarde com o restante da garotada do Vidgal.


- Cóe teu palmeiras não tá com nada mermão!

Cabelinho tirava onda com um paulista que era um dos poucos a usar a verdinha do time. Essa era a essência da laje, aqueles jogos, os churrascos, todos levavam de boa a rivalidade.

- Esse juíz aí é mó ladrao mano.

O homem xingou fazendo todos mais próximos rirem. Camila agradeceu quando Many lhe trouxe a cerveja geladinha que havia pegado no freezer improvisado. A mexicana havia feito um coque por que mesmo com o final de tarde, o calor no Rio de Janeiro estava de matar.



- Vai ficar pro pagode da Gica?


Manoela perguntou ao abrir a lata com habilidade. Ela não dispensava uma boa Brahma duplo malte (me patrocina) ainda mais estando bem gelada.


- Vou sim, acha que vou dispensar um bom pagodinho no domingo?!




As duas sorriram e Camila provou de um bom gole de sua cerveja trincada. Cabelinho estava ao lado de Many, ele pôs o braço em volta da mulher e a beijou na bochecha carinhosamente.

Corazón da Favela Where stories live. Discover now