Baile de favela

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- Como é bom te ter de volta e agora definitivo!!!

Diana disse animada ao ver sua irmã depois de seis meses sem visitá-lá. Se abraçaram forte, tamanha era a saudade. As duas optaram por caminhos diferentes. Lauren era mais apegada a mãe, a quem ajudou todos estes anos, no começo do ano passado, sua mãe acabou não resistindo a uma cirurgia de risco, Lauren se culpava por não está presente quando ela caiu da escada, se culpava por não ter feito mais por ela. Seu grande alicerce foi sua ex noiva, Cléo. Ela quem a confortou com a dor do luto que estava sentindo, foi realmente uma perca enorme.

Sua volta ao Río de Janeiro em grande parte foi para conquistar um objetivo que já havia traçado anos atrás e que agora se concretizaria, mas outra parte também era para estar perto do seu pai, ele já não estava mais forte como antes, agora em cadeira de rodas, ele lutava contra um inimigo que surgiu em poucos meses, o mal de Párkinson. O que Lauren aprendeu com a morte de sua mãe, foi que são instantes que fazem a diferença. Ela não estava preparada para perder mais um, e o que pudesse para aproveitar mais da vida com o seu pai, ela o faria.

- Ah pai, que saudade do senhor!

Disse quando o viu sendo guiado na cadeira de rodas por uma de suas cuidadoras. Diana ajudava com o que podia e na sua ausência havia duas cuidadoras profissionais para auxiliarem o militar aposentado. Lauren ficou de joelhos próximo da cadeira para ficar na altura do seu pai. Ele tinha lágrimas nos olhos, sempre ficava assim quando via sua filha caçula.

- Eu também minha filha, olha para você, não è mais minha mininha, e sim uma mulher, agora ocupando um cargo que tanto honrei!

Lauren sorriu ao beijar a palma da mão dele levemente trêmula. Era uma sensação boa quando o visitava, quando estava longe nunca era certeza se ele estava bem mesmo, Diana não mentia em falar sobre seu quadro clínico. Mas estava ali, falando com ele, pegando nele, lhe causava alívio.

- E eu estou muito ansiosa para essa missão! Eu lembro que sempre falava ao senhor que um dia iria vestir a farda do Bope.

- E você vestiu! Escondido no seu quarto quando era pequena. Ficou um balão em você mas estava tão orgulhoso!

Ele sorriu nostálgico. Diana assistia a cena de longe, era bom ver seu pai sorrindo, sua irmã de volta, a família reunida mesmo que incompleta. Ela sofreu demais com a distância, com a falta da mãe. Mesmo que as visssem por vídeo chamada por datas comemorativas mas não era a mesma coisa do dia a dia.

Lauren assistiu a cuidadora empurrar a cadeira de rodas do pai para o outro cômodo, ela avisou que iria dar a medicação dele, algumas injeções e ele já ficava sonolento. Lauren sabia muito bem como isso funcionava.

- E cadê o Igor? Estou morrendo de saudade daquele moleque.

Diana riu do jeito que ela se referiu ao sobrinho. A relação dos dois sempre foi boa. Por incrível que parece por conta da distância e do vínculo forte que tinham, a primeira palavra que igor disse quando era um bebê, foi "titia" e a emoção de
Lauren ao ouvir aquelas palavras, queria pegar o primeiro voô e roubar aquela criança.

- Deu uma de querer ser surfista agora, esse horário já deve está voltando. Alguns dias das semana ele pega a prancha e vai com os amigos para o Arpex, disse que ia ter um tal de Crowd hoje e não podia perder.

Corazón da Favela Where stories live. Discover now