Capítulo por Ayana

📍Rio de Janeiro, Lagoa - 2022

- E você vai? - Estou comentando com a Bruna que o Victor me chamou para sair.

- Amiga, eu estou cogitando bastante ir - respondi e desviei o olhar da panela, olhando para a Bruna - mas eu acho que não vai dar, esses últimos dias estou cheia de coisas para fazer no restaurante.

- Ayana, para de inventar desculpas e vai sair para se divertir um pouco, ele me parece ser um cara legal - concordei - e o Lennon e a Nalu, hein?

- O que tem? - perguntei.

- Para de ser sonsa, garota - riu - está feliz com o lance dos dois?

- Eu não tô achando nada, mas também só acho ela uma grande sonsa com síndrome de protagonista.

- Também não simpatizo com ela - assim que a Bruna terminou de falar, a campainha tocou.

Pedi para que ela atendesse para mim, já que eu não podia sair da frente do fogão.

- Tá de brincadeira - sussurrei para mim mesma quando ouvi a voz da Nalu. Uns segundos depois, os dois passaram pela porta da cozinha e o Lennon, com a sua cara lavada, veio até mim, deixando um beijo na minha testa em forma de cumprimento.

- Antes que você fale alguma coisa, deixa eu explicar - riu - na verdade, não tem explicação. Foi só que eu viajei na data. Desculpa de coração.

- Ué, você está pedindo desculpa para mim por quê? Eu combinei alguma coisa contigo? Fala isso pra Maya - olhei para a Nalu, que só observava - oi Juliana.

- Oi, tudo bem? - sorriu e eu concordei.

- Cadê ela? - Lennon perguntou.

- lá em cima.

- Vou lá - saiu da cozinha.

- Essa fase é complicada mesmo, né? Se as coisas não saem do jeito certo, eles ficam parecendo mimados.

- Maya não é mimada, não, Juliana. O papo é compromisso. Não tem coisa pior do que você estar empolgada para fazer alguma coisa e, por culpa de outra pessoa, acaba dando errado.

- Sim, concordo. Desculpa pelo tom, eu não estou chamando ela de mimada, tá? - disse Nalu.

- Eu sei que não foi com essa intenção - dei um sorriso disfarçando, e ela retribuiu falsamente.

Eu juro que tento gostar dela, mas quando a índole da pessoa é manjada e você já conhece, fica difícil visualizá-la de outra forma.

Depois de uns minutos, Lennon desceu.

- Consegui tranquilizar a fera! - esfregou as mãos em comemoração - O que tu tá fazendo aí? - destampou minha panela e eu dei uma colherada na sua mão.

- Tira essas patas das minhas panelas. Não tem nada para você aqui. Tu vai comer é ração pra gado, seu boi!

- Pra que agredir, Yaya? - cutucou minha barriga e eu me contorci.

- Anão Lennon, esse apelido ridículo não! - resmunguei.

- Meu Yaya, meu Yoyo! - cantarolou provocando e eu mandei o dedo do meio.

- Senta aqui, amor! - Nalu chamou o Lennon, e Bruna, que até então estava quieta, soltou sem querer um "ih, ala" e começou a rir. Olhei para ela, comunicando-me através do olhar, e ela parou de rir na hora.

- Lembrei de uma piada, gente, não liga não.

- Tá explicado porque a Aya é estranha, só anda com gente igual. - disse Lennon.

Velha infância | L7NNON Where stories live. Discover now