Capítulo 15

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Dentro daquele carro, Soonyoung e Jihoon tentavam ao máximo não trocar muitos olhares, mas os dois conseguiam falhar no mesmo nível dessa missão. Não queriam que o motorista real pensasse mais do que deveria. O príncipe havia dito que eles eram amigos, então não podia levantar mais desconfiança para que o mais velho não levasse aos seus pais.

Durante o caminho, Jihoon olhou pela janela e, algumas vezes, se encolheu no banco confortável do carro quando passava perto das enormes casas dos nobres. Era inevitável se imaginar morando em alguma delas com sua família, mas era um sonho muito distante.

Se perguntava como seria a vida de um nobre. Seria feliz no mesmo nível que era naquele momento? Teria a mesma liberdade que tinha? Seria do mesmo modo duro como era para Soonyoung? E refletindo enquanto observava as pessoas bem vestidas que andavam por aquele bairro que Jihoon teve a certeza que não queria se meter em um mundo que não era o dele.

Jihoon pensou tanto que nem percebeu que estavam parados em frente a uma sorveteria de alto nível. Soonyoung teve de lhe cutucar um pouco mais forte para que conseguisse sair do transe existencial que havia se metido em um piscar de olhos.

Saíram do carro do mesmo modo que entraram: em um completo silêncio. Não queriam sair do disfarce no último momento em que tinham conseguido aguentar pelo percurso inteiro, mesmo que uma avalanche de vontade de trocar palavras e conhecer um pouco mais um do outro estivesse bem na ponta de suas línguas.

A sorveteria fez o Lee se perguntar se teria que deixar algum de seus órgãos para poder levar uma bola de sorvete que vendiam ali dentro, apenas por ver a beleza e o seu toque refinado na escolha de decoração e arquitetura.

A sua frente era de aparência barroca, com uma espécie de abóbada partida pela metade e com alguns arcos em sua fachada totalmente branca, com um letreiro em madeira bem polida. Ao adentrar, Soonyoung riu ao ver a reação estupefata de Jihoon quanto à decoração puxada para o rústico-moderno. O branco que deixava o ambiente confortável era acompanhado de elementos em madeira, sendo seus móveis alguns do mesmo material; a luz era amarelada e deixava o ambiente com um toque de conforto e luxuosidade; além dos quadros retros que eram marcados e assinados por artistas mundialmente famosos, coisa que se destacava igualmente a vitrine de sorvete de vários sabores gourmet que lhe davam água na boca apenas de ler seus nomes.

— Minha nossa, Soonyoung... Você me trouxe para uma sorveteria ou em um paraíso? — perguntou alto, ainda maravilhado com o ar chiquetoso e os sorvetes que tanto lhe atraíam os olhos. Parecia uma criança em meio a um mundaréu de doces com alto teor de glicose.

— Eu ia dizer que você está exagerando, mas aqui é basicamente o paraíso mesmo — seu sorriso cresceu com a reação do menor assim que viu o lugar que escolheu. Estava feliz em estar ali novamente e mais ainda na companhia de um amigo. — Se ainda for como eu me lembro, você não vai querer sair daqui tão cedo.

Respirou o ar gelado daquela região, deixando a sensação nostálgica percorrer seu corpo ao se lembrar do quanto gostava de frequentar aquela sorveteria. Depois que precisou controlar seu vício em doces, foi aos poucos parando de visitar aquele lugar. No entanto, queria voltar a fazer o que gostava, além de experimentar coisas novas também.

Se seu peito crescia de felicidade, então não tinha porque pensar que estava fazendo algo errado.

— Você parece ter memórias boas daqui. Quero saber de tudinho! — afirmou entusiasmado, afinal, a áurea de Soonyoung parecia ter mudado da água para o vinho em questão de segundos apenas ao pisar no chão daquele lugar. — Nossa, quantos sabores! Dá até vontade de provar todos de uma vez — disse rindo, tentando decidir qual sabor escolheria dessa vez e olhando para todos ao mesmo tempo.

The Sweetest Taste - SoonhoonWhere stories live. Discover now