Capítulo 9

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Soonyoung continuou naquela confeitaria por mais algum tempo. Sabia que tinha obrigações para cumprir no castelo, mas talvez pudesse explicar que estava atendendo seu povo. Não seria uma completa mentira. Estava ali para quem quisesse falar consigo, mesmo com suas expressões sérias e seu ar de superioridade impedindo que eles se aproximassem de si. O único que agia de todos era Jihoon, que vez ou outra perguntava se o príncipe queria pedir mais alguma coisa para comer ou beber. Não se sentia incomodado, pelo contrário. Ficava ainda mais curioso para conhecê-lo.

O Lee já começava a ficar um pouco desconcertado com a visita prolongada do herdeiro na confeitaria. Apesar de surpreendentemente não se sentir intimidado, ainda se sentia à vontade de chegar com ele para que pudessem trocar algumas palavras profissionais.

Ficava mais apreensivo se Yeji decidisse lhe visitar naquele dia e dar de cara com o irmão mais velho. Com toda a certeza, Jihoon não pretendia se meter em confusões reais, muito menos que Soonyoung ficasse em sua cola por desconfiar dele estar afetando nas atitudes rebeldes da princesa do reino de Safira.

— Ahn... Licença, tem certeza que não quer algo a mais? Posso lhe trazer mais alguns cupcakes que acabei de fazer, se aceitar. — Jihoon obviamente se sentia um pouco pressionado a levar algo para o futuro rei, afinal, ele estava na mesa de número sete um pouco mais de uma hora e meia e não parecia ter conseguido o que queria ali.

— Você começou a fazer cupcakes desde muito novo? — o príncipe perguntou, não se importando em não responder a pergunta do Lee.

Percebeu que havia deixado o plebeu confuso, tanto que piscou algumas vezes e afastou o olhar de suas anotações. Soonyoung não queria ir embora sem antes descobrir algumas coisas sobre ele.

— Sim, foi impossível não me envolver na cozinha vivendo em uma confeitaria desde o primeiro ano de vida — Jihoon sorriu ao ter resgatado suas memórias das primeiras vezes em que mexeu com fogo, seus cupcakes saíram do forno quase pretos, mas seus pais comeram como se fosse a coisa mais deliciosa do mundo. — Depois que comecei a levar o jeito da coisa, acabei acostumando a fazer para vender e mal acostumei os clientes a ter uma infinidade de sabores. — confessou um pouco pesaroso, mesmo que mantivesse um sorriso forçado no rosto.

Soonyoung havia reparado o quanto Jihoon falava muito, porém não era cansativo como os discursos reais. Por algum motivo, sua atenção se prendia nele, não querendo deixar passar um detalhe sequer do que ele dizia e de como se expressava de forma calma e realizada, enquanto falava de seu empenho naquela confeitaria.

O príncipe estava surpreso. Ao mesmo tempo que ficava curioso com aquele simples plebeu, sentia que, bem no fundo, podia ser compreensivo com ele. Normalmente, cortaria sua conversa e arrumaria uma desculpa para voltar às suas obrigações.

Isso o fazia pensar que Jihoon sempre teve obrigações também, desde muito novo. No entanto, ele parecia apaixonado por tudo o que fazia para agradar seus clientes. Não parecia um problema para o Lee contar sobre algo que amava fazer por ele e pelos outros.

— É admirável a forma que fala do seu trabalho — continuou olhando diretamente para ele. Mesmo estando sério, não o deixava tenso ou acanhado. A confiança dele também surpreendeu o príncipe. — Que bom que descobri seus cupcakes.

Após receber os elogios, Jihoon olhou para Soonyoung procurando as palavras para agradecê-lo, mas apenas encontrou o brilho em seu olhar, esse que nunca tinha visto, nem mesmo em suas fotos em propagandas políticas que sempre saíam em sua televisão com a família reunida em um único sofá pequeno.

O príncipe estava mostrando-lhe o seu mais profundo íntimo sem ao menos perceber.

Suas bochechas ficaram rubras quando percebeu que estava mantendo um contato visual profundo demais para alguém que não tinha nem mesmo a intimidade de contar-lhe como foi seu dia no trabalho. Procurou palavras para se desculpar, mas não as achou em meio a bagunça que a vergonha causou em seus pensamentos. A única coisa que conseguiu falar em meio a toda vergonha foi:

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