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Meus olhos se abriram, encarando o teto branco daquele quarto — um suspiro saiu dos meus lábios, então levantei sem muito ânimo, angustiada por não ter morrido durante a noite, ou acordando daquele pesadelo. Cocei a cabeça, sentindo os pontinhos do mega hair e novamente soltei um suspiro, puxando o cabelo para frente e meio que no automático formei uma trança — levantando por fim para escovar os dentes.

Dentro do quarto não havia nenhum espelho, apenas um pequeno preso no banheiro, mas raras vezes o encarava diretamente. Fiz a escovação, a limpeza de pele e voltei para o quarto. Eu era uma das poucas damas que tinha um quarto próprio, pois as outras compartilhavam, porém, com a popularidade que recebi com meu novo corpo, tive esse "privilégio".

Meus dias se resumiam a ficar a maior parte do tempo sozinha, evitava o contato com as outras moças, que aliás, me odiavam com todas as forças por tais privilégios que nem fazia questão. Enquanto elas ficavam horas se embelezando para os clientes, me mantinha em completo escuro, remoendo todos os sentimentos, ou caminhando pelo jardim como uma barata tonta. Eu sabia que todos ali me achavam patética e frígida — por isso tentava ao máximo não me importar com o que pensavam a meu respeito.

Ainda de pijamas, caminhei até minha cama e comecei a arrumar, pois não gostava de incomodar as meninas da limpeza, já que fui uma delas antes. Tudo dentro daquele cômodo era silencioso como um cemitério, destoando da pessoa que um dia fui, barulhenta e maluca.

Eu ainda mantinha um caso sexual com os dois chefes, algumas vezes Wonho vinha me visitar, transávamos e fazia questão que fosse embora, pois não queria que ele deixasse seu cheiro em meus lençóis, que muitas vezes trocava quando saía dali. Shownu também aparecia, na verdade eu era chamada em seu quarto. Transar com eles era bom, intenso, selvagem, mas não passava de desejo carnal e no fim das contas eu ficava completamente vazia.

De repente, batidas na porta foram ouvidas, logo a governanta colocou sua cabeça para dentro do cômodo.

— Reunião daqui a cinco minutos. — Falou, logo saindo dali.

Era comum haver reuniões com a governanta, que basicamente era uma mulher responsável pelas moças — ela não vivia ali na mansão, mas sempre aparecia para organizar os eventos e ditar nossos afazeres. Então troquei as roupas e segui para a sala, onde era comum haver as tais reuniões.

As garotas se mantiveram em certa distância de mim, como se tivesse algum tipo de doença, mas aquilo não me abalava — gostava da solidão e nunca queria ter qualquer tipo de amizade com aquelas mulheres.

— Bem, esta noite será especial, pois haverá um aniversário e o aniversariante tem preferência pela renascença, então temos muito trabalho e vocês vestidos para provar.

Quando a governanta terminou de falar, um grupo chegou com caixas de vestidos para provar, porém aproveitei toda euforia para sair à francesa. Aquelas provas de vestidos eram muito maçantes e para mim qualquer coisa serviria, então segui na direção da academia, onde havia uma esteira, que servia como uma forma para que eu tivesse um momento de estar perdida em pensamentos enquanto andava, já que era impossível sair da mansão.

Apenas calcei um par de tênis e subi no aparelho, deixando em um ritmo tranquilo, assim podendo ficar perdida em pensamentos e enquanto caminhava, fiz o que sempre fazia, remoía toda minha desgraça, lembrando de casa, da minha família e de vózinha, principalmente dela. Estava tão inerte nos pensamentos, que não percebi alguém entrando e levei um susto quando o senhor Wonho apareceu na minha frente.

O homem estava agindo como uma aparição, mas uma aparição terrivelmente gostosa de se ver. Naquele dia ele usava apenas uma calça moletom, sem o uso da blusa, exibindo seu lindo tanquinho e uma toalhinha repousava em seu ombro.

Desejo Carnal (Threesome) Livro 1 CONCLUÍDAWhere stories live. Discover now