Rapariga.

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Minhas pernas vacilaram por alguns instantes e parei para recobrar os sentidos, porém isso não durou e novamente eu estava caminhando por uma longa estrada, ouvindo carros passando por mim buzinando e pessoas dizendo para ir para a calçada. Não queria ouvir nada, apenas caminhar ao encontro de minha vózinha, para seus braços aconchegantes e chorar por todo o infortúnio que passei.

Não aguentava mais aquela vida, muito menos encontrar os senhores Wonho e Shownu novamente — não queria sentir o que estava sentindo, queria apenas sumir do mundo ou voltar para casa. Então continuei e continuei caminhando sem destino, os pés cansados sem o uso dos sapatos causaram ferimentos, porém eu não ligava, os ferimentos não significavam nada como aquela dor no peito que me sufocava.

De repente avistei um ponto de ônibus e sentei lá; não havia pessoas esperando a condução, então fiquei sentada, esperando sei lá o quê. Realmente estava transtornada com todo o ocorrido, sequer me reconhecia naquelas condições. Porém a solidão não durou muito, pois dois carros pararam atravessados na rua de frente a onde eu estava sentada e de dentro deles saíram aqueles que arruinaram minha vida.

— O que está fazendo aí? — Senhor Shownu perguntou exasperado correndo até minha direção.

— Você está bem? — Senhor Wonho também correu até mim, que ao vê-los se aproximando, caí para o lado, apagando.

Abri os olhos lentamente, sentindo a cabeça doer, mas não apenas isso, os pés também ardiam, então percebi que estava em um quarto elegante da mansão e aquilo me frustrou totalmente, pois eu nunca conseguiria fugir daquela casa, nem daqueles homens. Virei a cabeça e o senhor Shownu estava sentado em uma poltrona de frente para mim — os cotovelos apoiados nos joelhos e mãos unidas, enquanto os olhos estavam fixos em mim.

Olhei na direção da porta e senhor Wonho estava encostado ao lado dela, braços cruzados e uma expressão séria. Não poderia me sentir constrangida, eles causaram aquilo, não era minha culpa e com certo esforço tentei sentar na cama, chamando atenção de ambos para mim.

— Precisa descansar — senhor Wonho disse dando um passo na direção da cama, mas estendi a mão para que ficasse onde estava.

— Preciso que fiquem longe de mim — respondi sem encará-los.

— O que te deu de sair por aí nesse frio sem um casaco ou sapatos? — O senhor Shownu foi mais ríspido e seu rosto estava vermelho, levantando-se abruptamente, mas não lhe respondi. — Poderia ter se machucado!

— Eu tenho uma pergunta para vocês — ergui a cabeça, encarando-os. — O que eu sou para vocês? Uma empregada? Uma prostituta? Uma amante? O que sou? — Por um tempo eles nada disseram, me encarando com certa surpresa e talvez entenderam em que ponto eu me referia. — Tenho que aceitar que só porque perdi a virgindade com vocês, não significa que têm alguma afeição por mim e foi meu erro me importar, ficar triste quando estavam dentro de outras mulheres — ambos franziram o cenho, mas continuei falando. — Não tenho o menor valor, mas tudo isso me deu esclarecimento e vou juntar minha insignificância e seguir em frente, pois não tenho para onde ir.

Um silêncio horrível preencheu o ambiente, então os dois caminharam até onde eu estava, cada um sentando de um lado da cama. Os olhos fixos nos meus — o senhor Wonho pegou uma mecha dos meus cabelos e colocou atrás da orelha.

— Por favor, não faça mais algo imprudente como sair no frio e sem proteção, pois não suportaria vê-la machucada. — Meu coração bateu acelerado e o encarei com os olhos piscando, então senti os dedos quentes do senhor Shownu, que fez um carinho no dorso de minha mão.

— Quase morremos de preocupação e não nos perdoaríamos se tivesse se ferido — olhei para ele chocada e o mesmo me encarou nos olhos, para logo curvar-se selando nossos lábios.

Desejo Carnal (Threesome) Livro 1 CONCLUÍDAWhere stories live. Discover now