Fragmentada.

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A boca de Jooheon era macia, tinha um gosto doce e eu queria realmente ter feito aquilo por ter sentimentos verdadeiros por ele, mas aquela foi uma atitude imatura da minha parte — arrisquei o que não deveria e talvez me arrependeria por minhas atitudes. Quando me afastei dele, seus olhos piscaram confusos, enquanto meu coração sabia que o que fiz não era certo, pois no fim das contas coisas boas não aconteciam comigo.

Mal havia me afastado dos lábios de Jooheon, quando fui puxada para trás e um punho voou na direção dele, fazendo com que cambaleasse, batendo contra a parede. Arregalei os olhos, pois Wonho havia lhe socado bem no meio do rosto; o homem estava possesso de raiva, o corpo parecia ter aumentado de tamanho e os punhos estavam cerrados, prontos para mais um ataque.

Wonho avançou na direção de Jooheon, que tentou se esquivar dos golpes, colocando os braços na frente do rosto, enquanto o outro continuava os golpes com fúria. As garotas presentes deram gritos com a cena, pois era horrível de se ver, porque apesar de ser muito bom em auto defesa, Jooheon não tinha a metade dos músculos e tamanho de Wonho, além dele estar emputecido.

Em um canto apenas observando, Shownu assistia aquela briga sem fazer nada e quando percebeu que eu o encarava, ele me olhou com tamanha frieza.

— Faça alguma coisa!! — exclamei desesperada, mas o homem apenas me ignorou, voltando a assistir aquela briga.

Eu não podia deixar que aquilo continuasse acontecendo e tomada mais uma vez pela loucura, corri até os homens, pulando nas costas de Wonho, tentando fazê-lo parar. Definitivamente aquela era uma atitude maluca e que poderia custar alguns ossos quebrados, mas não podia mais deixar que Wonho continuasse ferindo Jooheon por minha causa e se existia alguém que deveria pagar, esse alguém era eu.

Por estar furioso, Wonho usou sua força para se sacudir e como era menor, fui arremessada longe, batendo com fúria contra uma mesa que havia no quarto. Novamente as garotas gritaram assustadas — com o impacto, quebrei a mesa, que despencou no chão junto comigo. Ouvi alguém gritar meu nome em desespero, mas me atentei a dor se formando em meu corpo, além do sangue que começou a escorrer pelo braço.

Olhei para ele e no mesmo momento senti uma vertigem como se fosse desmaiar ali mesmo, pois o impacto foi tanto, que o osso do meu braço saiu. Tudo ao meu redor parecia girar, podia sentir também o sangue escorrendo na minha testa. A dor era excruciante, como da vez que caí de uma mangueira com meus primos quando criança.

Alguém gritou que eu havia me machucado, então a luta parou e tive os olhos dos chefes sobre mim e Wonho percebendo que ele era o culpado do ocorrido, tentou dar um passo em minha direção, porém reuní forças de onde não tinha e saí correndo pela casa, ouvindo-os me chamando.

Desci as escadas às pressas, algumas vezes perdendo o equilíbrio, mas mantendo a corrida. Aquela dor era insuportável e eu estava fazendo muito esforço para me manter de pé e quando alcancei a cozinha, não havia nenhuma das meninas ali, então ouvi os dois homens bem atrás de mim e corri até a pia pegando uma faca de cortar carne, virando para eles.

— Saiam perto de mim! — esbravejei com a faca apontada para eles.

— Precisamos levá-la ao hospital — Shownu falou sério tentando se aproximar, mas recuou quando fiz um movimento de apunhala-lo.

— Me perdoe por isso! — Wonho exclamou com os olhos arregalados.

— Já disse para saírem de perto de mim! — Apontei a faca, a mão tremia com o nervosismo, as lágrimas insistiam em cair.

Eu sabia, sabia que fundo estava completamente quebrada e que em algum momento poderia surtar, pois lembrava que fui uma pessoa mentalmente saudável, mesmo com as adversidades da vida, mas aquilo ia muito além do meu controle e se continuasse naquela situação perderia o controle da minha mente.

Desejo Carnal (Threesome) Livro 1 CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora