33 : SNAP

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Snapping, 1, 2
Where are you? (Where are you?)
You're still in my heart (still in my heart)

Estalando em 1, 2
Onde está você? (Onde está você?)
Você ainda está no meu coração (ainda está no meu coração)

— ♡ —

Theo está surtando.

Theo esta surtando atoa.

Theo está surtando atoa e me incomodando.

— Mas, amor...

— Você precisava responder o comentário dele?

Rolo os olhos, me espreguiçando na cama, quando um chutinho muito animado foi dado contra minha barriga. Mordo os lábios, sentindo a respiração acelerar e um pequeno incomodo se espalhar por meu corpo. Eu gostaria de parecer uma "mãe" animada ao receber chutinhos contra a barriga, o que torna impossível apenas é que isso dói. Dói demais em mim.

— O que está acontecendo? Você tá bem, mon petit loup?

Recupero minha respiração, levando a mão de forma lenta até onde acredito estar nosso coisinho. Passo os dedos pela pele, a sentindo mais fina, mesmo não tendo como saber e, bom, o carrocinho está ali. Agora se é a cabeça ou o bumbum são outros quinhentos.

— Seu filho está me incomodando.

Declaro passando a mão de forma lenta debaixo para cima.

— Meu filho?

— É, seu filho.

— Não é nosso filho? — ele está rindo do outro lado, me fazendo sorrir para a barriga.

— Não, seu filho. Quando ele me incomoda é só seu filho.

— Do jeito que ele está apressado, não duvido nada que seja só seu. — Theo ri do outro lado novamente e meus olhos se reviram — Eu acho que vai ser nervosinho igual você.

Estou pronto para o mandar a merda por me chamar de nervosinho, quando outro chutinho me atinge, fazendo qualquer menção a briga desaparecer e um choramingo sair por meus lábios. A respiração de Theo se torna mais rápida do outro lado e sei que deveria desligar a ligação e não o deixar preocupado com minhas coisas toscas de pessoa grávida. Acontece que não quero. É quase uma necessidade ouvir a voz aveludada de Theo, mesmo sendo por telefone. Se fechar os olhos, é quase como se pudesse sentir suas mãos sobre nosso coisinho, o acalmando.

— Coloca no viva-voz. — pede, me arrumo na cama, escorando as costas contra o travesseiro e mudando para o alto falante, não querendo contestar com medo de ter a chamada finalizada — Estou com saudade de vocês.

— Estamos com saudades de você também.

Praticamente cantarolo, tentando achar uma posição que o coisinho se sinta confortável, sem me prejudicar.

— O que você quer que eu faça para te ajudar?

— Termine o que foi fazer aí e volte logo?

— Acho que já estou tentando fazer isso, mon petit loup.

Fecho os olhos, os apertando, enquanto meu apelido favorito sai dos lábios do meu Theo. É tão bom ouvi-lo. Não é como sua presença, obviamente. Mas é tão reconfortante quanto.

— Como você acha que ele será?

A pergunta foge de minha boca antes que eu posso frear.

— Espero que seja como você.

Nosso pequeno problema | 𝓣𝓱𝓲𝓪𝓶Onde as histórias ganham vida. Descobre agora