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[ KIM ]

Aquele sabor finalmente estava em minha boca.

Porchay estava tremendo e me olhava de forma incrédula, aquela era uma visão do paraíso.

Seu corpo amorenado estava quente de uma forma absurda, seus mamilos estavam eretos e seu peito subia e descia rapidamente.

Ah, meu belo anjo Porchay... Finalmente sinto que estou o corrompendo.

Eu guardo meu próprio pênis dentro de minha calça e me levanto. Ele ainda está suspirando e claramente está desviando o olhar.

- O que houve? – Pergunto e ele lentamente olha em minha direção. – Não gostou? – Ele não respondeu e eu continuei aguardando. Sei que é difícil pra ele falar nessas situações, eu só preciso dar um pouco de tempo a ele.

Eu continuo parado mas estendo minha mão em sua direção, vendo como ele não se afastou ou repudiou minha aproximação, eu coloco minha mão limpa em sua face, então ele me encara vividamente no olhar.

- Por que engoliu?

- O que? – Pergunto genuinamente, a primeira coisa que ele pergunta é isso?

- Ouvi dizer que tem um gosto horrível, por que engoliu? Era pra ter cuspido! – Ele põe a palma de sua mão livre em meu peito com um pouco de força... Acho que esse gesto fofo foi uma tentativa de tapa.

- Eu nunca faria isso. – Eu me aproximo um pouco mais dele. – É delicioso. Você todo é, Chay... Tanto que eu não sei se vou conseguir me segurar numa próxima vez. – Eu vou me aproximando aos poucos dele até ficar grudado em seu corpo novamente.

Ele larga minha mão, colocando ambas em meu peitoral, visto isso eu paro de me aproximar. Seu olhar está fixo no meu.

De repente, um arrepio percorreu meu corpo.

Ele não gostou?

- Por que está me olhando assim? – Tento falar com calma, mas o nervosismo está me atacando. Seu olhar está tão vibrante que parece ódio... – Porchay, pode, por favor, não me olhar assim? – A pergunta sai apressada de meus lábios.

- P'Kim está se aproximando, isso quer dizer que quer me beijar, certo?

- Claro, eu sempre quero te beijar, Porchay. – Ele não falou que me odeia, então eu passo minha mão por seu rosto de novo.

- Eu não quero beijar P'Kim agora, deve estar com um gosto horrível.

Eu sorri mais aliviado.

- Então era isso... Bom, se não quer me beijar, tudo bem. Eu respeito suas decisões, querido.

Porchay então me empurra e se curva, começando a ser vestir.

- Está tarde.

- Está me evitando? – Pergunto assim que vejo que todos seus movimentos estão apressados.

- Se P' sabe, não deveria perguntar...

- Por que? – Eu já sei a resposta, óbvio. Mas eu quero brincar mais um pouco com meu pequeno anjo.

- P'... Não seja mau comigo, eu ainda estou tentando me recuperar disso. – Ele está de costas para mim, então deve ser por isso que ele disse essas palavras com mais naturalidade.

Eu o abraço por trás, beijando sua nuca.

- P'! – Ele exclama se afastando e botando sua mão em sua própria nuca. Eu sorrio um pouco e levanto minhas mãos em forma de redenção.

- Parei. – Digo por fim.

- Eu não estou te expulsando, mas será que podemos sair daqui? – Assinto e vou em direção a porta. – Por favor me espere no portão, P'. – Ele diz e eu caminho em direção a saída do café, eu me escoro no pequeno muro e espero ele chegar.

Ao longe, posso ver que as luzes da casa dele estão acessas, menos um quarto no segundo andar.

Voltando minha atenção ao café, vejo Porchay fechar a porta e vir em minha direção.

- Eu só estava conferindo lá dentro. – Ele diz timidamente e se senta ao meu lado.

Está frio aqui fora, mas não um frio forte, apenas aquele frio agradável que te faz sentir vontade de sentar na varanda e ler alguma coisa. A noite está linda, há várias estrelas enfeitando o céu e o som do vento está sendo muito gostoso de ouvir.

Porchay está com os lábios um pouco avermelhados, mas ele parece confortável ao meu lado, nós dois estamos olhando pro céu.

- Eu acho que estamos fazendo a ordem erradas da coisas, P'... – Depois de uns momentos calados, Porchay começa a falar. – Hoje foi bem intenso, não foi? – Eu escuto um barulho de engolir, e então vejo que ele está me olhando.

- Está arrependido? – Mesmo que ele esteja, eu não me importo, ele não está me afastando, isso significa que não me odeia, e outra, Porchay é só um adolescente, eu seu disso, então eu também sei que deve estar sendo difícil pra ele assimilar tudo que aconteceu agora.

Mas ele nega.

- Não estou, apenas me sinto estranho. – Ele faz uma pausa, pela primeira vez, Porchay alcança minha mão, entrelaçando nossos dedos. – O que somos, P'?

- O que quer dizer com isso?

- Você quer me namorar?

Isso mesmo.

Eu quero.

Mas não posso, não agora, não nesse momento.

Mas eu não posso recusar, não posso dizer um não a ele. Nunca nessa vida eu diria um não pra ele desse jeito.

Esse menino lindo que está me olhando é tudo que eu quero na minha vida, ele é minha obsessão maravilhosa e inigualável, não há outro como ele, então toda oportunidade que aparecer para que eu possa tê-lo, eu irei me agarrar nela com unhas e dentes.

- Eu quero você, Porchay, seja lá como você queira chamar o que temos, eu ficarei muito feliz, porque assim você estará ao meu lado, certo? – Uma pausa tomou o lugar, nossos olhares ainda conectados.

- P'Kim é realmente uma pessoa perigosa?

Ah, que perfeito. Sua boca está tremendo um pouco, sua outra mão está se remexendo em sua calça, seu corpo está todo tenso.

Tudo nele está dizendo que ele está com medo, menos seu olhar.

- Eu sou. Por quê?

- Eu sabia. – Ele suspira e olha pra frente. – Pessoas perigosas não gostam de falar sobre elas mesmas, então eu não vou perguntar nada, apenas irei esperar você mesmo me falar, P'.

- Obrigado por entender.

- E então?

- Então o que? – Eu pergunto.

- Somos namorados agora?

- Somos o que você quiser.

- Entendo. – Ele sorri.

- Por que está sorrindo? Me dê motivo pra sorrir também. – Eu digo com um tom de voz mais suave e brincalhão.

- Estou sorrindo porque P'Kim é meu namorado.

𝑰𝑵𝑭𝑬𝑹𝑵𝑶 | 𝑲𝑰𝑴𝑪𝑯𝑨𝒀 [𝑪𝑶𝑵𝑪𝑳𝑼𝑰𝑫𝑨] [ REVISANDO ]Where stories live. Discover now